Big Data ou “ditadura dos dados”? Você decide…

Na verdade, ninguém se surpreendeu. Se não sabem, desconfiam que muitas empresas e, agora, até o governo dos Estados Unidos analisam uma enxurrada de dados sobre muitos aspectos da vida de qualquer um para identificar padrões de comportamentos e fazer prognósticos. Esse imenso processamento de dados ganhou o nome de “Big Data”.
A Amazon usa dados dos clientes para sugerir produtos. O Google usa históricos de seus compradores para sugerir produtos. A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA coleta registros telefônicos de milhões de pessoas, e-mails e logins de empresas como Microsoft, Apple, Yahoo e outras para monitorar gente considerada perigosa para a segurança do país. Para quê usar rede tão grande dados? Em Big Data, livro lançado recentemente está a resposta: “a ideia é que as pessoas são soma de relações pessoais, interações online e conteúdos que acessam Examinar um indivíduo é olhar os dados que o cercam”.
O risco aumentou. Como mostrou matéria do The New York Times, assinada por Michiko Kakutani, que o Estadão traduziu em 17 de junho, pg B9, os autores do livro Big Data, Viktor Mayer Schöberger, professor de Oxford e Henneth Cukier, editor de dados da Economist, dizem que a análise do Big Data irá revolucionar a maneira como vemos o mundo com “panorama fascinante e alarmante de impacto em todas as áreas”, da medicina à mudança climática, passando por formas novas de entender o que é desenvolvimento econômico. O volume de dados disponíveis dobra a cada ano e está cada vez mais barato captar e analisá-los.
O Big Data, como mostram os autores, também tem um lado negro. Captura de dados pode levar a Minority Report, o filme de ficção científica sobre o mundo que prende gente por crimes antes que elas o cometam, apenas por projeção de comportamento. Um dos aspectos mais perigosos dessas previsões pelo Big Data é que ela pode negar o “princípio da presunção de inocência”. O livro revela simpatia e interesse pelas ferramentas do Big Data para “quantificar e entender o mundo”, mas também alerta para o risco de ficar a mercê da “ditadura dos dados”.

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