Apesar de protecionismo, EUA têm o maior déficit comercial em dez anos

O déficit comercial dos EUA saltou para a maior alta em dez anos em outubro, depois que as exportações de soja caíram mais e as importações de bens de consumo tiveram um crescimento recorde. Os dados sugerem que as medidas tarifárias do governo Trump para reduzir o saldo negativo na balança comercial têm sido ineficazes.
De acordo com o Departamento de Comércio americano, o déficit comercial aumentou 1,7%, para US$ 55,5 bilhões – nível mais alto desde outubro de 2008. Outubro foi o quinto mês seguido de aumento do déficit comercial.
Os dados de setembro foram revistos e agora apontam um aumento do déficit para US$ 54,6 bilhões, contra os US$ 54 bilhões registrados anteriormente. O déficit do comércio de bens com a China disparou 7,1%, para um recorde de US$ 43,1 bilhões em outubro.
Os EUA estão envolvidos em uma amarga guerra comercial com a China. Washington impôs tarifas sobre importações chinesas no valor de US$ 250 bilhões, para forçar concessões numa lista de reivindicações que mudaria os termos do comércio entre os dois países. A China respondeu com tarifas de importação sobre produtos americanos, incluindo a soja.

O presidente Donald Trump reclama dos superávits comerciais da China com os EUA, e acusa Pequim de não jogar limpo no comércio. Além das taxas sobre bens chineses, Washington impôs tarifas sobre importações de aço e alumínio neste ano.
No sábado, Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, concordaram em segurar a imposição de mais tarifas por 90 dias, enquanto negociam um acordo para acabar com a disputa comercial.
Economistas ouvidos pela Reuters previam aumento do déficit comercial geral para US$ 55 bilhões em outubro. Ajustado pela inflação, o déficit no comércio de bens cresceu para US$ 87,9 bilhões em outubro, de US$ 87,2 bilhões em setembro.
As estimativas de crescimento para o quarto trimestre são de uma taxa anualizada de cerca de 2,8%. A economia cresceu a uma ritmo de 3,5% no terceiro trimestre.
Em outubro, a exportação de bens e serviços caiu 0,1%, para 211 bilhões. As exportações de soja, alvo da China na disputa comercial, caiu US$ 0,8 bilhão. As exportações de aviões civis e motores também caíram. Mas as exportações de petróleo e bens de consumo foram as maiores já registradas.
As importações de bens e serviços subiram 0,2%, para US$ 266,5 bilhões, um recorde histórico. As importações de bens de consumo cresceram US$ 2 bilhões, alcançando alta recorde de US$ 57,4 bilhões, empurradas por um salto de US$ 1,5 bilhão nas importações de preparados farmacêuticos.
As importações de veículos a motor foram as mais altas já registradas no mês de outubro. As importações são impulsionadas pela forte demanda doméstica, assim como pelo dólar forte, que torna os preços de produtos importados mais baratos, o que provavelmente compensa o impacto das tarifas.
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