Falta de confiança. Em todos os 28 países da União Europeia os resultados das eleições para ao Parlamento Europeu mostraram um quadro de insatisfação, frustração, medo e apatia. Além disso, os resultados também confirmaram que a metade do duplo motor que comanda o bloco, França e Alemanha, apenas não funciona como mostrou o artigo do Financial Times, assinado por Tony Barber, traduzido pelo Valor Econômico de 27/05, pg A11.
Os socialistas que estão no governo na França e a oposição de centro direita, sofreram uma derrota humilhante imposta pela Frente Nacional, de extrema direita. Os democratas cristãos de Angela Merkel, não tiveram uma vitória retumbante, mas não perderam a eleição para o parlamento no último domingo.
O maior problema foi o crescimento da bancada anti-euro. Nas eleições para o Parlamento os eleitores votam em candidatos apresentados pelos partidos de cada país. Após a votação, os deputados eleitos se juntam em grandes blocos de acordo com a linha política de seus partidos de origem. Os eleitos pelos grandes partidos de centro direita, como os democratas cristãos de Merkel, compõem a bancada do Partido Popular Europeu.
Os eleitos pelo maiores partidos de centro esquerda, como os do Partido Socialista francês, compõem uma bancada socialista moderada. Partidos de esquerda, como o grego Syryza formam o bloco “esquerda”. Os ecologistas, como o sueco Partido Ambiental, formam uma bancada “verde”.
Há dois blocos abertamente contra o euro. Um é a Europa da Liberdade e da Democracia, cujo principal representante é o Partido da Independência do Reino Unido, que prega a saída imediata da Inglaterra do euro. O outro é um grupo não articulado, mas que é contra a ideia de Europa, que quer ser chamado apenas de “outros”. Dele fazem parte tanto os radicais da Frente Nacional francesa, como os italianos do movimento semi-anarquistas “5 estrelas”, liderado pelo comediante Beppe Grillo . O “outros” foi o bloco que mais cresceu nas eleições europeias de domingo.