Apple e Google são as marcas mais valiosas do mundo, pelo sexto ano consecutivo, segundo um ranking de cem empresas da consultoria Interbrand. Nesse grupo, a Amazon é a que mostra maior crescimento – é a terceira mais valiosa, à frente de Microsoft e Coca-Cola. A marca Facebook, por sua vez, perde valor.
O Facebook teve sua marca desvalorizada em 6%, para US$ 45,2 bilhões, e caiu no ranking, de 8o para 9o lugar. Perde da Mercedes-Benz, mas está à frente do McDonald’s. “Neste ano, o desempenho do Facebook teve declínio após os escândalos de vazamento de dados, e isso também afetou a marca”, observou Daniella Bianchi, diretora-geral da Interbrand.
Já a Amazon subiu da quinta para a terceira posição, com um crescimento de 56% em valor de marca, para US$ 100,76 bilhões. A marca foi a que mais cresceu em 2018. “A Amazon redefiniu as categorias de produtos e serviços nos mercados onde entrou. E a empresa estendeu seus tentáculos para novas categorias de produtos contribuindo para aumentar seu valor de marca”, disse a executiva da Interbrand.
Além da Amazon, as marcas que mais crescem são Netflix, Gucci,
Salesforce.com e Louis Vuitton. As que mais perderam foram General Electric, H&M, Harley-Davidson, Hewlett Packard Enterprise e IBM.
A Apple é a primeira colocada da lista, com valor de marca de US$ 214,48 bilhões. É a primeira ultrapassar US$ 200 bilhões. Google manteve a segunda colocação.
A Coca-Cola, perdeu mais uma posição. “Há 7 anos, a Coca-Cola ainda era a marca mais valiosa no mundo, mas vem perdendo espaço. A companhia tem buscado ampliar o portfólio e mudar o posicionamento. Mas não é fácil se reinventar”, diz Daniella.
Entre os setores, o de luxo foi o que mais cresceu no último ano, com aumento de 42% no valor das marcas. O varejo foi o segundo colocado, seguido de produtos eletrônicos, artigos esportivos e serviços financeiros.
“As marcas de luxo têm conseguido se conectar melhor com a geração ‘millenial’ e responder a novas demandas dos consumidores”, disse Daniella. Ela citou como exemplo a marca Gucci, que cresceu 30%, para US$ 12,94 bilhões. O crescimento da marca pode ser atribuído à dinâmica entre o diretor de criação Alessandro Michele e o presidente da Gucci, Marco Bizzarri. Além disso, Bizzarri criou um comitê paralelo de funcionários da geração millenial, com o qual ele se reúne regularmente para trocar ideias sobre o negócio.
A Chanel, entrou pela primeira vez no ranking, na 23a posição, com US$ 20,01 bilhões, porque foi a primeira vez em que a marca divulgou seus resultados financeiros. O ranking é produzido também com base nos balanços das companhias e suas marcas.
O ranking deste ano evidenciou um avanço importante dos serviços de assinatura. Entre as 100 marcas mais valiosas do mundo, 29 têm negócios baseados na assinatura de produtos e serviços. Há dez anos atrás, o percentual era de 18%. “Atualmente, não adiante ter uma marca reconhecida, é preciso conseguir a lealdade do consumidor. Os modelos de assinatura têm gerado muito valor e identidade para as marcas”, diz Daniella.
Entre as marcas mais valiosas baseadas em serviços estão a Netflix (US$ 8,11 bilhões), a própria Amazon, Adobe (US$ 10,75 bilhões), Salesforce.com (US$ 6,43 bilhões), Mastercard (US$ 7,54 bilhões) e Spotify (US$ 5,18 bilhões).
Entre as marcas que entraram no ranking este ano estão, além da Chanel, Hennessy (98 o lugar), Nintendo (99o) e Subaru (100o). Saíram do ranking Thomson Reuters, Smirnoff, Tesla, Lenovo e Möet & Chandon.
Como nos anos anteriores, nenhuma marca brasileira aparece na pesquisa. Daniella observa que, as empresas que teriam valor para entrar no ranking, como Itaú Unibanco, não têm operação em pelo menos três continentes. E marcas brasileiras com atuação mais globalizada não atingem valor para entrar no ranking, como a Alpargatas.
Juntas, as cem marcas valem US$ 2,015 trilhões, com aumento de 7,7% em relação a 2017. E as dez marcas mais valiosas responderam por 44% do valor total do ranking, disse André Matias, diretor de estratégia e avaliação de marcas da Interbrand.
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