Alexa, assistente da Amazon, já fala português

Com um repertório de centenas de piadas, hinos de 29 dos principais times de futebol e gracejos como citações a autores e cantores nacionais, a assistente digital da Amazon, a Alexa, que diz ser fã de Rita Lee, começa a funcionar hoje no Brasil, em português. Além de falar sobre temas divertidos, Alexa, com inteligência artificial, pode pedir comida e transporte por aplicativo, controlar a agenda do usuário, informar a previsão do tempo e navegação, e responder a questões sobre variados assuntos.
O país é o 15o a receber a assistente da companhia, dentro de um plano de expansão de sua presença internacional que começou a acelerar nos últimos 18 meses. O desembarque da Alexa acirra a competição com o Google e a Apple, que já têm assistentes que falam português há alguns anos, e coloca o Brasil de vez no mapa do mercado global de caixas de som inteligentes, que têm previsão de movimentar US$ 30 bilhões globalmente em 2024.
Isso porque para ganhar terreno, a Amazon precisa estimular a criação de uma base de usuários de aparelhos compatíveis com a Alexa. Um primeiro passo nesse sentido já havia sido dado em abril quando a companhia abriu as tecnologias da assistente para que outros fabricantes e desenvolvedores de software pudessem criar produtos. Desde então, nomes locais como Positivo e Intelbras desenvolveram caixas de som, lâmpadas conectadas e câmeras.
Sony, JBL, LG e D-Link também têm produtos que funcionam com a Alexa no varejo. A maior parte é compatível com o assistente do Google. Já as opções da Siri, da Apple, são mais limitadas.
Assim como os assistentes do Google e da Apple, a Alexa também pode ser usada a partir de smartphones. Mas a experiência não é tão fluida quanto em dispositivos dedicados.
Além dos produtos de terceiros, a Amazon vai vender no Brasil a Echo, sua linha de produtos próprios com Alexa. A princípio, serão três modelos: Echo (uma caixa de som no formato de um barril que vai custar R$ 699), Echo Dot (uma versão menor do Echo, por R$ 349) e Echo Show (um tipo de rádio-relógio turbinado com uma tela de cinco polegadas, por R$ 599).
O Echo Dot e o Echo Show ficarão em pré-venda entre hoje e segunda-feira e começam a ser entregues na terça-feira. Já o Echo só chega em novembro.
Na opinião de Michele Butti, diretor internacional de Alexa, não deve levar demorar para que a base de usuários se torne significativa no Brasil. “É uma tecnologia nova, mas que está madura, com aplicações práticas, não é um teste”, diz. Ele afirmou que o ritmo de adoção tem sido acelerado nos países onde a Alexa chegou recentemente.
Para Ricardo Garrido, gerente-geral para Alexa no Brasil, o principal uso dos 100 milhões de dispositivos conectados ao Alexa no mundo é ouvir música. Mas funções como pedir comida pelo iFood, carro pelo Uber ou consultar o extrato de uma conta do Bradesco também estarão disponíveis.
Esse é o terceiro movimento da Amazon neste ano para ampliar seus negócios no Brasil. Em janeiro, iniciou a venda direta de produtos eletrônicos, além de mais dez categorias, como itens de beleza e higiene pessoal. Em setembro, lançou o seu pacote Amazon Prime, com entrega ilimitada de produtos comprados em seu site sem frete adicional e serviços de música e vídeo por R$ 9,90 ao mês.
Sobre privacidade, os executivos informaram que a assistente só começa a “ouvir” quando é ativada pelo usuário por meio de um comando (Alexa). Tem um botão que desativa os microfones e as consultas de conteúdo feitas à assistente não são usadas para recomendação de compra. O usuário pode ainda apagar o que a Alexa ouviu e compartilhou com a Amazon.

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2019/10/03/alexa-assistente-da-amazon-chega-ao-brasil.ghtml

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