Agora, Hillary Clinton quer o lugar de Obama

Acabou o segredo que todos conheciam: Hillary Clinton pôs fim a anos de especulação e lançou oficialmente sua segunda campanha para presidente dos Estados Unidos. Ela pediu aos eleitores que mantenham o mesmo partido no comando da Casa Branca por mais quatro anos, para um total de 12 anos consecutivos. Trata-se de um pedido que raras vezes foi atendido na história moderna dos EUA.

“Os americanos comuns precisam de um campeão, e eu quero ser esse campeão”, disse Hillary, 67 anos, em vídeo de seu novo website como mostrou matéria do The Wall Street Journal, assinada por Laura Meckler, que o Valor publciou em 13/04, pg A11.

Favorita disparada para a nomeação do Partido Democrata, Hillary repetiu o que seus assessores vêm dizendo há meses: ela não dá nada como garantido. “Estou pegando a estrada para ganhar o seu voto”, diz ela no vídeo.

Hillary, a primeira representante democrata de peso a formalizar sua candidatura, também liderava a campanha para indicação do partido oito anos atrás, mas dessa vez enfrenta um caminho mais fácil, sem um potencial rival tão forte quanto o homem que venceu a nomeação em 2008, o então senador Barack Obama.

Desde a última disputa, ela reforçou seu currículo com uma temporada de quatro anos como secretária de Estado, mantendo uma rede fiel de captação de recursos e uma base de seguidores ansiosos para vê-la fazer história ao se tornar a primeira mulher presidente do país.

Dada a posição destacada de Hillary no firmamento político americano durante décadas, sua candidatura é uma espécie de paradoxo. Ela é, ao mesmo tempo, potencialmente inovadora por ser uma candidata do sexo feminino, e um retorno à política da década de 90. Hillary está concorrendo à Presidência, cargo que nunca ocupou, mas carrega todas as armadilhas da vida pós-presidência de seu marido Bill Clinton. Ela foi ridicularizada como liberal pelos republicanos, mas ainda é vista como muito centrista por alguns em seu próprio partido.

Após o anúncio deliberadamente discreto, Hillary planeja reapresentar-se aos eleitores depois de um hiato de sete anos em campanhas políticas. Assessores dizem que ela vai viajar para quatro Estados que participam da primeira rodada da nomeação do Partido Democrata: Iowa, New Hampshire, Carolina do Sul e Nevada. Embora ela esteja quase 50 pontos à frente nas pesquisas de seu rival potencial mais próximo para a nomeação, o vice-presidente Joe Biden, ela planeja fazer campanha como se estivesse no meio de uma eleição muito disputada.

A popularidade de Hillary junto aos eleitores tem oscilado nos últimos anos. A opinião pública foi favorável durante seu mandato no Departamento de Estado, um cargo que é um pouco menos partidário do que outros do governo. Depois de deixar o posto no início de 2013, sua imagem pública perdeu um pouco a força.

Em uma pesquisa do “The Wall Street Journal” e NBC News feita no mês passado, cerca de 44% dos participantes tinham uma imagem positiva dela, uma queda de 12 pontos em relação a quando ela deixou o cargo de secretária de Estado.

Na mesma pesquisa, apenas 23% tinham uma imagem favorável do ex-governador da Flórida, Jeb Bush, um dos potenciais principais candidatos do Partido Republicano à Presidência.

Um dos desafios de Hillary será se distinguir do atual presidente, um antigo rival político que mais tarde virou seu chefe. Ela precisa manter o apoio da base democrata que, em grande parte, está satisfeita com o presidente, mas terá de evitar parecer como um terceiro mandato de Obama.

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