Adianta encher o ensino médio de mais matérias?

A cobrança da mídia sobre a qualidade do ensino no Brasil aumentou. A maior preocupação está no ensino médio. Os últimos números do Ministério da Educação mostraram que em 2011º índice médio de reprovação, tanto na rede pública como na particular, foi de 13,1%. Este foi o maior índice dos últimos 11 anos!

Os exames revelaram uma contradição: a reprovação caiu no ensino fundamental. Em 2011 a taxa de reprovação foi de 9,6%, um recuo em relação aos 10,3% registrados em 2010. Os técnicos do MEC insistiram que há uma distância muito forte entre as melhorias alcançadas no ensino fundamental e os problemas crescentes do ensino médio.

 

Em março de 2012 foram homologadas novas diretrizes para o ensino médio, adotando-se “procedimentos que guardem maior relação com o projeto de vida dos estudantes”.  Essas diretrizes buscaram tornar o ensino  mais atraente, valorizando a correlação entre trabalho, ciência, tecnologia e cultura. No entanto, vários pedagogos e professores condenaram as mudanças propostas afirmando que elas “são mais retóricas do que práticas” e que na verdade acabam por estimular a oferta de um número ainda maior de disciplinas, exatamente o que os alunos mais criticam.

Em São Paulo, o Estado mais rico da Federação, na última prova do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar  (Saresp) foi confirmado que apenas 0,3% dos estudantes do 3º ano do ensino médio apresentava o conhecimento adequado em matemática para aquela série. Vários educadores apontaram que aumentar o número de disciplinas do ensino médio é erro grave e por significar, na prática o esvaziamento  do conteúdo curricular mínimo obrigatório que o aluno efetivamente deveria saber quando conclui o ensino médio.

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