A ameaça de Obama não assustou os russos

O aviso foi dado pelo presidente Barack Obama: o Ocidente será forçado a “impor custos” caso a Rússia não pare de apoiar separatistas na Crimeia. Esta região, com dois milhões de habitantes, 60% deles de origem russa, fará no domingo um referendo em que deve aprovar tanto sua separação da Ucrânia, como sua união à Rússia.

Porém, com o apoio de Moscou, tudo já está preparado para estabelecer um novo controle de fronteiras, uma nova estatização das empresas públicas ucranianas que atuam na área e, até, a substituição da moeda local, hryvnia pelo rublo, o dinheiro russo. As mudanças, inclusive a da moeda, devem começar já na segunda-feira, o primeiro dia da efetiva anexação do território da Criméia pela Rússia. Só para a troca da moeda os bancos russos já destinaram 60 milhões de rublos para o governo da Crimeia.

O presidente Obama não deixou duvidas, como mostrou matéria da Folha de São Paulo, de 13/03, pg A18: “caso o referendo ocorra, os EUA rejeitarão completamente seus resultados”. Outros países ocidentais repetiram ameaças semelhantes, de que seriam forçados a aplicar sanções à Rússia por violar o direito internacional. O G-7, grupo de potencias formados pelos EUA, Japão, Canadá, Alemanha, França, Grã Bretanha e Itália, também anunciou que não reconhecerá a anexação da Crimeia pela Rússia.

Apesar de todas as ameaças ocidentais, já está definido quais serão as primeiras empresas que eram ucranianas e atuavam na Crimeia que serão desapropriadas: a estatal ucraniana de energia e a empresa ferroviária. A transferência já está preparada disse Rustam Termigaliev, o vice primeiro ministro do novo governo da Crimeia, depois da ruptura com a Ucrânia.

Não se sabe o quanto as lideranças ocidentais estão dispostas a ir para enfrentar a anexação da Crimeia pela Rússia. A dependência energética da Europa do gás russo, além de toda interdependência das economias internacionais com a economia russa não sugerem que esse enfrentamento vá além do discurso político.

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