“Mídia impressa ainda vale”, no Brasil, China e Índia

A Newsweek, uma das revistas semanais mais influentes do mundo, marcou data para acabar com a sua edição impressa: o final de dezembro de 2012. A edição digital já começa a circular com 400 mil assinaturas. Em 2005, a Newsweek chegou a vender 1,5 milhão de exemplares, mas a circulação começou na cair e no segundo semestre deste ano despencaram 80% em relação ao total vendido em 2010.
A jornalista inglesa, Tina Brown, recebeu a tarefa de chefiar a edição digital da Newsweek. Ela tem opinião muito definida sobre o tema mídia digital: “Nos EUA e na Inglaterra todo mundo já lê notícias em seus leitores eletrônicos e tablets e acredito realmente que a mídia impressa está em declínio nestes países”. E sentencia de forma muito clara: “as máquinas tomaram conta e é por elas que as pessoas se informam”. Isto, apesar de relativizar também: “muitas revistas ainda circulam em papel, mas a tendência é todo mundo virar digital”.
O essencial na opinião dessa jornalista que recebeu a tarefa de digitalizar a Newsweek é o que disse sobre novas formas de mídia nas economias emergentes. Segundo ela, a realidade é diferente em países “como o Brasil, China e Índia, onde o papel ainda é de extrema importância”. Para ela a força da mídia em papel ainda ocorre pro “questão e hábito e problemas de acessibilidade digital”, mas… “a medida que a economia se diversificar a tendência é mídia digital ganhar força”. E ponderou: “o mercado, em países como o Brasil, ainda não está atento à essa mudança como o americano”, salientando com toda ênfase: “ é uma questão e tempo”.
A questão central é saber por que estas três economias, literalmente responsáveis por muitas esperanças de crescimento no mundo, mídia impressa “ainda vale” como resumiu a jornalista. Tina Brown foi editora-chefe da Vanity Fair e ocupou o mesmo cargo, por anos, na muito relevante New Yorker, uma das revistas mais intelectualizadas do planeta.
Esta “distinção” de que a mídia impressa “ainda vale” pode ter muito a ver com o perfil e as escolhas de evolução da economia nestes três países. Entender os motivos da constatação tão firme da experiente jornalista, sem dúvida, vale um bom debate.

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