O tema segurança pública abriu a I Jornada de Jornalismo da ESPM. César Alves Ferragi, professor da ESPM, especialista em Segurança e Assessor Técnico da Secretaria Municipal de Segurança Urbana; Cláudio Junqueira, jornalista e repórter da Rádio Bandeirantes e Marcos Alves, repórter fotográfico do jornal O Globo abriram, ontem, os debates sobre temas relevantes para a cidade de São Paulo.
Os três profissionais trouxeram exemplos práticos vividos no cotidiano profissional e, a partir deles, questionaram as atuais circunstâncias enfrentadas pelos agentes públicos neste assunto. Com opiniões convergentes, alegaram ser indispensável um trabalho contínuo de discussão entre os vários responsáveis por segurança, divididos institucionalmente nas esferas municipal, federal e estadual, a última, dividida em polícia civil e militar. Alegaram que esta divisão, muitas vezes, atrapalha um trabalho que ganharia mais rapidez e dinamismo se fosse feito de forma colaborativa.
“O crime organizado rouba nas fronteiras e comercializa dentro do estado. É difícil pegar os bandidos justamente pela falta de diálogo entre as polícias estaduais dos diferentes estados e, entre as polícias estaduais e municipais”, analisa Cláudio Junqueira que recentemente produziu uma série de reportagens sobre o crime organizado. “O crime organizado passou a entender como o Estado funciona”, completou Marcos Alves.
Além do debate entre as instituições responsáveis pela segurança, outra forma de aumentar a eficiência desse trabalho, é ouvir líderes comunitários que entendem as reais demandas da população. César Ferragi citou como exemplo o trabalho feito antes da Virada Cultural: “Havíamos programado um palco para um determinado local, mas após ouvir um morador, que nos contou sobre senhora adoentada moradora das proximidades, mudamos o palco para uma região de estabelecimentos comerciais”.
A população paulistana considera segurança pública como o segundo maior problema da cidade. No entanto, parece apática em relação à isso. “Não vemos a população se mobilizar para reivindicar melhorias, dessa forma, o governo permanece em uma zona de conforto”, reflete Marcos Alves.