IBGE: na última década divórcios dobraram. Só uniões informais aumentaram

Há um novo perfil na família brasileira. Os números mais consolidados do Censo 2010 divulgados ontem pelo IBGE mostraram o crescimento dos casais sem filhos, das uniões informais e dos casamentos inter-raciais. Os divórcios aumentaram também.
Mais de um terço dos brasileiros vive em uniões informais, sem formalização do casamento no civil ou religioso. Na década de 2000 a 2010 , a união consensual foi a única que cresceu: passou 28,6% dos casais para 36,4% ao longo desse período. Já a quantidade de pessoas casadas no civil e no religioso caiu de 49,4% para 42,9% no período. Os técnicos do IBGE alertaram: o casamento informal era mais concentrado na região Nordeste e agora está mais disseminado. Ocorreu uma mudança cultural no País.
Os dados mostraram que homens e mulheres tendem cada vez mais à união entre semelhantes níveis educacionais. Em 2000, 65% dos casais tinham o mesmo padrão de escolaridade. Em 2010, aumentou para 68,7%. A explicação dos técnicos é objetiva: ganhos em escolaridade tornam a população mais homogênea.
A queda da fecundidade e o ingresso da mulher no mercado de trabalho compõem quadro de mudanças demográficas que alteraram bastante o perfil da família brasileira média.
Dois outros fatos chamam a atenção no Censo 2010. Primeiro, a proporção de divorciados praticamente dobrou: de 1,7% da população em 2000, para 3,8% em 2010. Os casados caíram de 37,6% para 34,8% no mesmo período.
Segundo fato: aumentou a proporção de domicílios com mulheres como responsáveis. Em 2000 eram 22,2% das residências com mulheres como chefes de família. Em 2010 esse número passou para 37,3%. O IBGE foi bem claro na análise desse dado: reflete o aumento da escolaridade e da renda da população feminina e, claro, as mudanças culturais da sociedade brasileira.

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