Desmatamento na Amazônia tem dono conhecido…

O Ministério do Meio Ambiente atualizou os dados do desmatamento na Amazônia. Nos últimos 12 meses, anteriores a julho deste ano, a floresta ainda perdeu dois mil quilômetros quadrados. É muito! Porém, esse dado representa queda de 23% no desmatamento da floresta entre agosto de 2011 e julho de 2012. O Projeto de Monitoramento  do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes) identificou, a partir destes dados, “tendência de queda” no desmatamento para os próximos anos. Isto ocorrerá se as medidas de contenção continuarem  a primeira delas o monitoramento por satélite das queimadas na Amazônia.

Os dados do Prodes também permitem acompanhamento regionalizado do desmatamento. A maior queda ocorreu no Maranhão, que conseguiu reduzir a um terço a área desmatada entre 2011 e 2012. Pará, Amazonas e Acre também reduziram o desflorestamento. Porém, Mato Grosso (que já apresentava a maior área de risco no período anterior, 2010/2011) obteve novamente o pior resultado: deteve o desmatamento em apenas 2,7%. O Mato Grosso foi responsável por 952 dos 2.050 quilômetros quadrados desmatados entre 2011 e 2012, em toda a Amazônia.

O motivo do maior desmatamento em Mato Grosso é que esse estado tem áreas de Cerrado  em que a obrigatoriedade de reserva legal é menor: 35%, em vez dos 80% obrigatórios quando é área florestal. Quando os desmatamentos ocorrem em áreas menores a 25 hectares, o monitoramento por satélite não pega. Como Mato Grosso tem uma enorme fronteira agrícola, com cada vez mais pessoas chegando, a possibilidade de desmatamento é também cada vez maior.

Essa situação é complexa porque fronteira agrícola atrai o pequeno produtor. Inclusive em assentamentos de reforma agrária. Como convencê-los a proteger a floresta quando precisam da terra para viver? Essa contradição gerou exemplos interessantes: a pequena cidade de Ulialópolis , no Pará deixou a lista das cidades que mais desmatam em 2012, depois que foi beneficiada por projeto de novas fontes de desenvolvimento, financiado por doação do governo da Noruega.

Comentários estão desabilitados para essa publicação