Xisto, solução ou problema para o planeta?

Ana Carolina Alves, Bianca Greco, Beatriz Luchesi e Mainne Veiga – Alunas do curso de Jornalismo da ESPM-SP

Relativamente nova no mercado, com apenas quatro anos de existência, a extração do gás xisto, descoberta nos Estados Unidos, pode ser uma alternativa energética para o futuro. De acordo com a Administração de Informação sobre Energia, os Estados Unidos possuem uma reserva com mais de 2,7 trilhões de metros cúbicos, suficiente para abastecer o mercado por mais de 100 anos.

Encontrado no interior de uma rocha sedimentar, o gás xisto possui a mesma composição química do petróleo, com a única diferença no modo de produção. Um tanto quanto polêmica, a extração desse gás pode gerar contaminação nos lençóis freáticos e na água potável. O risco ambiental também é grande, mais de 600 produtos químicos estão em sua composição.

A extração do gás xisto, pode ser uma alternativa prática e mais barata, já que com a sua descoberta, a venda do produto poderá ser de U$4 por milhão de BTUs, menor preço do mercado mundial. Porém, a extração desse gás pode ser um grande vilão do planeta, podendo causar sérios problemas ambientais. Grande exemplo de que a exploração desse gás não faz bem ao meio ambiente, foi a lei sancionada pelo Conselho Constitucional francês no ano de 2011, em que proíbe a exploração do xisto no país.

Pensando no contexto geoeconômico, cada vez mais, o Oriente Médio vem perdendo a sua importância. Nos últimos anos, em diversos países como o Brasil, México e outros na África foram encontradas grandes jazidas de petróleo. Os países da OPEP tinham a possibilidade de diminuir a produção e conservar o preço do petróleo, mas em compensação, outros países como por exemplo, a Arabia Saudita, teve como estratégia manter o petróleo com um preço mais baixo, e com isso desestimular a produção de outros países que tem um maior custo na extração.

Essa estratégia, pode não resultar como o esperado, visto que a maior preocupação do Oriente Médio no momento, refere-se à exploração do gás de xisto nas grandes áreas dos Estados Unidos, e nos novos possíveis locais de exploração, como por exemplo na China, no Brasil, na Argentina e em outros diversos países. De um modo geral, como o Oriente Médio já perdeu exportação de petróleo para os EUA, se a China também resolver investir no xisto, a economia do Oriente Médio será prejudicada, e possivelmente reduzida em cerca de 50%.

O gás de xisto tem instigado cada vez mais os Estados Unidos por criar perspectivas futuras de independência energética. O xisto americano já começou a equilibrar o mapa de energia mundial, e no Brasil ainda vem sendo estudado a possibilidade de extração deste gás para baratear os custos. A questão atual para o Brasil, é: leiloar ou explorar esta reserva de gás, visto que, estamos inclusos em uma das dez maiores reservas de xisto do mundo, de acordo com as estimativas da Agência Internacional de Energia.

De um modo geral, leiloar as reservas de xisto no Brasil será um ponto positivo para a economia momentânea, irá de fato tirar o país da crise, mas pensando no futuro, poderá acarretar uma série de danos ambientais para quem vive no país. Como uma estratégia inteligente para o Brasil, seria melhor esperar inovações tecnológicas que não possuem impactos tão drásticos para o meio ambiente.

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