Amanda Locali, Giulia Pontes e Manuela Ravioli alunas do curso de Jornalismo da ESPM-SP
Em pleno 2020, um possível replay da guerra fria está se estabelecendo pelo mundo. Os protagonistas são os Estados Unidos e China, substituindo a União Soviética. Sob comando de Donald Trump, que já mostrou que fará de tudo para se reeleger, o país fecha as portas cada dia mais para as multinacionais. A medida se baseia em reforçar a importância de empresas nacionais, valorizar o mercado interno, empregar a população, e ainda baixar a taxação para empresas que cumpram as imposições do presidente. Assim, reforçando o clássico protecionismo americano.
O que possivelmente Trump não pensou é sobre os impactos que essas medidas trazem ao país. Além de atrair bons profissionais, as multinacionais incentivam os concorrentes a se aperfeiçoarem. Essas, são historicamente conhecidas por sua referência em qualidade. Grandes multinacionais americanas aos poucos saem dos EUA e se tornam de certa forma internacionais, tal atitude torna o país gradualmente mais frágil.
Internacionalmente falando, essa posicionamento protecionista dos EUA espelha muitas outras nações a fazerem o mesmo e exaltarem o individualismo e o nacionalismo. Nos tornaremos ilhas independentes e esqueceremos da tão falada globalização?
A China por sua vez, aparece na disputa de poder industrialmente falando, sendo cada vez mais forte e mostrando-se uma ameaça aos Estados Unidos, que até então era a maior potência de poder com sua imagem inabalável. O país atualmente
apresenta, além de um forte poder comercial, um poder econômico igualmente desenvolvido. Tais são vistos como ameaças para o domínio norte americano. E o Brasil, em meio a essa guerra comercial entre as maiores potências mundiais, se vê dividido entre seu aliado presidencial e seu maior parceiro econômico.
Quando o medo instaurado pelos gigantes do mundo vem à tona, nota-se um cenário de crescimento de nações que por muitos são subestimadas. Nas atuais circunstâncias, a Índia está cada vez mais tomando seu lugar no mundo junto a sua referência internacional em profissionais na área de tecnologia. A Rússia, tradicionalmente reconhecida por seu poder bélico, volta para o quadro de ameaças, uma vez que seus poderes se unem pouco a pouco com o comando chinês, cujo apresenta eminente poder monetário.Além disso, uma crise de identidade se estabelece nos Estados Unidos, que provavelmente anda se questionando sobre seu novo papel no mundo. O país começa a perceber que talvez aquela hegemonia global não seja tão consistente assim. Afinal, toda essa reflexão volta para o ponto de partida: o poder. Os políticos se vêem mais poderosos pois estão, teoricamente, no controle de suas empresas. Mas será que eles já se questionaram se conseguem dar conta disso?