Carolina Cunha, Juliana Marques, Marina Bianchi, Pedro D’El Rodrigues, Thayane de Paula e Thiago Vidal, alunos do curso de Jornalismo da ESPM/SP
Paz. Esse era o grande objetivo da União Européia. Com a implantação do euro, não foi diferente. Após o seu surgimento em 1992, o euro se consolidou como moeda única. Atualmente, 19 dos 28 países membros da União Europeia o utilizam como cédula oficial. Esse bloco econômico tornou os países europeus extremamente competitivos e até ameaçou a supremacia da economia norte-americana.
Entretanto, a União Europeia encontraria um obstáculo, que até hoje provoca consequências severas para os países membros. A crise de 2008 quebrou os bancos europeus, afundou os países menores em dívidas e mostrou ineficiência do bloco para se organizar e resolver os problemas.
A implantação do euro foi uma necessidade mais política do que econômica. A segunda Guerra Mundial deixou um legado para as nações europeias, que as assombra até hoje. Esse pensamento é tão forte, que em momentos de crise financeira, os europeus se preocupam mais com a possibilidade de guerras do que com a busca por políticas econômicas viáveis.
Instabilidade na união
O recente enfraquecimento da União Europeia é justificado pela posição de países membros em relação àqueles com dívida. Os europeus sabiam da crise na Grécia dois anos antes dela estourar, e nada fizeram para ajudar os gregos. Somente quando abriu um buraco na economia grega e a valorização do euro começou a cair, que os governos europeus começaram a se importar. A Alemanha se recusava a perdoar as dívidas da Grécia e exigia a implantação de políticas de austeridade para arrecadar dinheiro.
No entanto, a medida não apenas derrubou o quadro social do país, como alastrou a miséria dos gregos. A Grécia não foi capaz de diminuir a dívida e rejeitou empréstimos do FMI e resgates financeiros até perceber que, dessa forma, a crise não teria fim e que o dinheiro havia acabado.
Para alguns economistas, a crise generalizada, desde 2008, poderia ter sido evitada. A melhor solução seria se os europeus nunca tivessem formado uma aliança monetária. Para países pequenos, seria ruim. Mas eventualmente, acredita-se que todos encontrariam saídas, com diferença apenas no tempo que as medidas fossem tomadas.
Com a chegada da crise, a Alemanha percebeu a necessidade de reformas, e resolveu seus problemas financeiros rapidamente. O país estaria muito bem com ou sem o euro. Contudo, uma vaga na União Europeia é vantajosa, pois é como se a união fosse um “cartão de crédito para os alemães”. Isso ocorre devido a boa parte das exportações alemãs são para membros do bloco. Enquanto os outros se afogam em dívidas, a Alemanha sai no lucro.
Atualmente, é muito difícil a zona do euro acabar. Primeiro, porque os países europeus dependem muito de sua influência e credibilidade – embora ela esteja ameaçada. Segundo, caso a União Europeia termine, a Europa não seria mais capaz de competir com outros blocos, muito menos com os Estados Unidos. As medidas de apoio às nações em crise deveriam ter sido feitas de forma planejada e na hora em que se descobriu os riscos. Não apenas quando ela começou a afetar outros membros. Mesmo a Alemanha, que teve uma postura individualista e se preocupou com sua própria economia. Até o mundo perceber que o bloco estava enfraquecido e a moeda estava desvalorizada.