Desunião Europeia

Antonia Cavalheiro, Camila Câmara, Gabriela Rucker, Laura Stabile, Luiza Lourenço e Priscilla Cukierkon alunas do Curso de Jornalismo da ESPM/SP

Década Perdida. Passaram-se sete anos e a Europa ainda enfrenta a crise sem data para terminar. Economistas deixaram de falar em recessão e agora discutem a estagnação da economia europeia que, segundo projeções, só voltará a crescer daqui quatro anos. Isto é, o bloco econômico europeu voltará a ter os índices econômicos de 2007 apenas em 2020.

Empréstimos a juros baixos, expansão dos gastos públicos, venda de títulos negociáveis e todo aquele interesse de grandes investidores por uma Nova Europa com uma moeda recém-criada, parece ser um passado muito distante. A recompensa do sucesso da criação do euro não foi tão duradoura quanto se esperava.

Acontece que a crise econômica europeia se desenvolveu como consequência de uma crise política. Essa situação se decorreu, pois alguns países não respeitaram alguns termos do tratado da União Europeia, como foi o caso da Grécia, que forjou dados para poder entrar no bloco econômico. Assim bancos compravam títulos gregos acreditando que eles teriam a mesma economia que um país como a Alemanha apenas por terem ingressado na UE. Porém mais tarde um grande esquema de corrupção apareceu.

Além desse fator, o bloco econômico não soube gerenciar os endividamentos desses países. Dessa forma, ele enfrenta não só uma crise econômica, mas também social. Para tentar acabar com essa situação, nações adotaram uma política de austeridade – corte nos gastos do governo – que acabou enfraquecendo os gastos privados, e com isso, interferindo drasticamente na vida de grande parte dos europeus. Devido a essa medida, eles tiveram que provar o amargo remédio que é a austeridade, como resultado disso, a economia caiu drasticamente, e as empresas deixaram claro que não irão investir se não houver demanda por seus produtos.

Com isso, o alto desemprego na Espanha causou uma redução de 18% na taxa de natalidade. O centro do catolicismo mundial, Itália, tem menor taxa de casamento desde a Primeira Guerra Mundial apresentando queda de 65%, segundo Instituto Nacional de Estatísticas da Itália (Istat). Em Portugal, 45% dos 83% dos cidadãos que não viajaram no ano de 2014 afirmaram que não pegaram a estrada pelo agressivo aumento dos pedágios. Doenças de países do Terceiro Mundo reapareceram, a Grécia voltou a ter casos de Malária, o número de novos casos de Aids pulou de 15 para 484 em quatro anos e a mortalidade infantil aumentou em 43% entre 2008 e 2010 por causa da dificuldade de acesso a programas de pré-natal.

Deste modo, uma medida que alguns países acreditam que pode solucionar o problema da União Europeia, é a retirada dos endividados, porém ela não seria eficaz. Já que ela mostraria mais ainda seu enfraquecimento, tanto econômico, quanto político, uma vez que euro está desvalorizado e seu poder de influência está cada vez menor. Portanto, para superar essa estagnação, a União Europeia precisará de uma política fiscal que vise uma maior cobrança dos países que estão financeiramente endividados em relação aos gastos públicos e um investimento maior para ajudar esses membros a superarem esta situação.

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