Como fica a soberania americana no mundo globalizado?

Beatriz Garagnani, Julia Ciriaco, Karina Napoli, Marcela Bonafé e Taís Haupt  (alunos do Curso de Jornalismo da ESPM/SP)

Você está insatisfeito com o governo brasileiro ou com medo do futuro econômico do país? Acredite, não é o único. Enquanto você já não tem certeza de quem realmente estará representando o Brasil no final do ano, diante de todas as discussões de impeachment x golpe, existem americanos que também estão se questionando sobre seus representantes. Apesar das situações serem diferentes, as dúvidas quanto ao próprio governo surgem por aqui e por lá.

Mesmo assim, é comum ver um estadunidense com uma bandeira americana na porta de casa. Não é porque ele está com a confiança abalada que deixou de achar que mora no melhor lugar do mundo. No entanto, a transformação do papel dos Estados Unidos no quadro internacional é inquestionável e isso se reflete no dia a dia da população.

Sob a ótica econômica, por exemplo, a China está caminhando a passos largos para o topo. Além disso, se a globalização implica um livre mercado, é evidente a dependência entre os países – e o tio Sam não fica de fora dessa.

O mundo está diferente e isso assusta. Não porque ele esteja pior, mas porque os países estão aprendendo a lidar com isso. Para completar, os Estados Unidos estão em um período pré-eleições e os candidatos têm apresentado propostas pautadas no que acreditam ser melhor para os americanos, com visões conservadoras ou liberais. E o representante escolhido certamente influenciará os rumos da confiança popular.

Tomemos como exemplo Donald Trump, que chama atenção por causa de suas propostas contra a imigração, fator presente na história americana há muito tempo. Por mais problemas que o país enfrente, ainda proporciona boa qualidade de vida, afinal, ninguém quer emigrar para um lugar pior do que onde já está.

Esses estrangeiros chegam de todos os lugares, mas alguns imprimem mais destaque recentemente. Primeiro, os milhares de mexicanos que, todo ano, arriscam suas vidas para fugir da violência e da pobreza em seu país e tentar melhores condições nos vizinhos. No entanto, o policiamento na fronteira está cada vez mais severo para impedir sua entrada.

Depois, os sírios. Esses têm migrado não só para os Estados Unidos, mas para grande parte do ocidente por causa das guerras em seu país. O desafio, nesse caso, vai além da xenofobia. Desde o 11 de setembro, o terrorismo é um pesadelo para os americanos, e os recentes ataques do Estado Islâmico a países europeus têm assustado ainda mais. Ou seja, por receio de terroristas, os E.U.A. têm fechado as portas, também, para os refugiados do oriente. Trump propõe, entretanto, que as barreiras a todos os imigrantes fiquem mais radicais.

A situação é evidentemente instável. Com sua soberania em xeque e os problemas de credibilidade junto a população, o cenário americano não está tão ruim quanto parece.  Os E.U.A. não estão, de forma alguma, rumo à decadência. A questão é que, assim como o resto do mundo, eles estão aprendendo a jogar com a nova dinâmica global, mas sem deixar desfalecer a identidade do que é ser americano.

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