A Ásia é capaz de ser o novo centro do mundo?

David Frare, Guilherme Gozzi, Henry Zatz, Leonardo Ferreira, Paulo Galvão, Rafael Esteves – alunos do 3° semestre do curso de Jornalismo ESPM/SP

A China não se tornará tão cedo a nova superpotência mundial. É certo que irá ultrapassar o PIB dos EUA ainda nessa década, mas há uma grande diferença entre ser o país mais poderoso economicamente e aquele com o maior poder de decisão. Os EUA são ambos e a China só quer ser uma.

“A China não está prestes substituir os EUA como a superpotência mundial”. É com essa afirmação que Edward Luce, colunista do Financial Times, resume a situação político-econômica chinesa em artigo publicado no início deste mês. Na medida de paridade de poder de compra, os orientais devem ultrapassar os ianques – em 2005, o país tinha uma economia equivalente a 43% da americana; em 2011, essa proporção é de 87%, ou 13,5 trilhões de dólares, em dados revisados.

No plano cultural e social, enquanto os EUA praticam a filosofia de impor seus costumes e decisões, a China não tenta mudar o mundo. Procura se adequar a ele, tentando obter o maior benefício diante de todas as possibilidades. O norte americano se porta como um poder dominante e o chinês se ajeita, se infiltra e adapta as experiências exteriores para suas necessidades. Normalmente, essa situação funciona para ambos os lados e é algo que não veremos mudar tão cedo, já que nenhum dos dois quer abandonar essas posturas.

Enquanto os chineses travam essa batalha econômica com os americanos, o Japão, em segundo plano, tenta se recuperar de uma crise trabalhista. A Coréia do Sul, por sua vez, tenta impor seu domínio tecnológico na região.

O governo japonês enfrenta um problema há muito tempo conhecido: a falta de mão de obra. O país apresenta a menor taxa de natalidade do mundo, 36% de sua população está em idade inapta para o trabalho – 0 aos 14 anos e mais de 65 anos – e a expectativa de vida chega aos 80. O desafio é aumentar a taxa de natalidade e cortar os gastos enormes com a previdência social.

A Coréia do Sul, paralelamente, tenta se afirmar como polo tecnológico asiático e tomar o posto que pertenceu ao Japão por mais de duas décadas. A décima quinta maior economia do mundo é a mais lembrada quando os assuntos são segurança cibernética, pesquisa aeroespacial, robótica e biotecnologia.

Todos esses cenários unidos ao crescimento exponencial dos velhos e novos Tigres Asiáticos atraem cada vez mais investidores e empresas para a área, abandonando o Velho Continente e os EUA. Será, nos próximos anos, o maior polo econômico do mundo, os ianques e europeus terão de lidar com isso. No entanto, não é do interesse desses países tirar o poder de decisão dos EUA.

Nenhum deles quer gastar seus recursos com incursões bélicas desnecessárias, conflitos e atritos com opositores. Os asiáticos querem ser “amigos” de todos e deixar a função de mediar situações complicadas com os EUA. Os americanos que gastem o seu tempo e dinheiro.

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