Psicologia nas organizações: grupos formais no contexto do trabalho

Mariana Malvezzi

O processo de grupo pelo qual as pessoas interagem diretamente entre si em pequenos conjuntos é chamado de dinâmica de grupo, sendo o termo dinâmica derivado da palavra grega dynamike que significa força. Desta forma, a dinâmica de grupo refere-se ao estudo das forças que operam dentro de um grupo.

O interesse pelo comportamento dos grupos dentro do contexto do trabalho passa entre outras coisas pelo entendimento das regras que determinam a conduta das pessoas, suas responsabilidades, a qualidade de suas interações e seus papéis.

A teoria clássica das organizações tratou desse assunto ao incluir, para o funcionamento do grupo a necessidade de divisão do trabalho (criação de níveis de autoridade e unidades funcionais) e delegação (atribuição de deveres, autoridade e responsabilidade).

Na atualidade as organizações tendem a oferecer maior flexibilidade nos sistemas organizacionais de maneira a responder às contingências impostas pelo ambiente. Assim, organizações modernas fazem menos uso da estrutura e da autoridade, pois as relações horizontais entre as cadeias de comando são mais importantes para a eficácia organizacional.

Tal condição de maior flexibilidade, dinamismo e capacidade de adaptação exige o estabelecimento de dois tipos de grupos formais dentro da estrutura organizacional: Grupos permanentes (equipes) e Grupos temporários (de projetos).

Grupos permanentes são grupos naturais e duráveis. São formados quando os indivíduos realizam tarefas comuns como parte de suas atribuições de trabalho. Esses grupos são usualmente conhecidos como equipes.

Para o trabalho em equipe se desenvolver, você precisa:
– de um ambiente favorável, uma cultura organizacional que promova cooperação e confiança;
– que as habilidades pessoais correspondam aos requisitos das funções e que as habilidades e funções sejam claras;
– que os membros da equipe sejam orientados para uma tarefa geral, para um objetivo supremo.

Um exemplo de grupo permanente são as equipes autodirigidas. Estas combinam a delegação de autoridade e treinamento para planejar, dirigir, monitorar e controlar suas atividades; isto é, eles gozam de ampla autonomia e liberdade, além da capacidade de atuar como administradores do processo como um todo.

Grupos temporários são aqueles criados para executar uma tarefa específica no curto prazo, sendo desfeitos após a realização da mesma.

Um exemplo de grupo temporário disso são comitês ou grupos de projetos (ou forças-tarefa) cujos membros têm autoridade delegada para discutir ideias ou resolver problemas pontuais. Estes grupos oferecem o dinamismo e a flexibilidade que são demandadas das organizações na atualidade.

Para que esses grupos sejam efetivos, deve-se levar em consideração:
– seus insumos: seleção dos integrantes com base em suas motivações, disposição e conhecimento da tarefa;
– seus processos: existência de um líder de tarefa que contribua para que o grupo cumpra seus objetivos e um líder social que restaure e mantenha relações de grupo;
– seus resultados: a produção de soluções são maiores e de melhor qualidade porque seus integrantes possuem e compartilham mais informações e maior variedade de experiências do trabalhando individualmente.

Longe de responder pelo comportamento dos grupos no trabalho a reflexão aqui apresentada busca ilustrar a importância da combinação de diferentes grupos de trabalho dentro da organizações, de forma a manter a unidade em torno dos objetivos, mantendo a coesão do grupo e o trabalho em equipe.

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