O legado de Chávez

Por E. Oyakawa

Hugo Chávez morre aos 58 anos e deixa o legado e as contradições do velho populismo que caracterizou boa parte da América Latina nos últimos 50 anos.
É fato inegável que as pessoas pobres da Venezuela obtiveram nos últimos 12 anos de chavismo melhoras consideráveis em suas vidas materiais. Educação e saúde universal principalmente.
Foram eles – os pobres – a base para a sustentação do governo socializante bolivariano.
Entretanto, como só caracteriza as ditaduras populistas, o chavismo premiou uma casta que amalgamava militares e políticos do partido governista numa espécie de aristocratismo petrolífero-e todas as benesses daí decorrentes – flutuando acima da própria sociedade venezuelana.
Os discursos antiamericanos e a acusação recorrente de um complô perpetrado pela mídia imperialista – nos dizeres do próprio Chávez – formaram um bordão cansativo e expiatório.Os americanos e a mídia internacional – Reuters,CNN, etc – não ajudaram a perpetuar a aristocracia chavista. A elite do poder venezuelana também monopolizou e manipulou a opinião pública, conforme seus próprios interesses…
A tentativa de governos populares na América Latina, autenticamente preocupados com uma real transformação na vida de milhões de seres humanos não só explorados materialmente, mas também subservientes espiritualmente aos grandes interesses ideológicos do capital transnacional, ainda está por ser feita.
Oxalá não precisemos de caudilhos populistas para alcançar essa revolução radicalmente democrática.

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