Roberto Camanho
No mundo da tecnologia digital o mercado é muito dinâmico, novas demandas surgem e novos players criam diferenciais competitivos inovadores. Flexibilidade e agilidade são as palavras de ordem.
Vivemos um momento de mudanças significativas nos modelos de gestão. O tradicional o ciclo PDCA – Plan – Do – Control – Action se aplica na gestão das rotinas. Com as demandas e desejos voláteis do mercado as rotinas nas organizações são exceções.
Um líder, como um maestro, deve desafiar os seus profissionais a atingirem o seu pleno potencial, segundo a pesquisa “How healthy is your company?” ( McKinsey, maio 2016 ). O clima organizacional deve ser de confiança, com regras claras e compartilhadas.
A gestão da saúde dos profissionais, ou seja, a dimensão people do Triple Bottom Line, é foco de novas ações para o incremento da produtividade e competitividade da organização.
Quando um profissional está com sintomas de febre, alergia, dor nas costas ou depressão ele tem o mesmo desempenho se estivesse bem fisicamente e emocionalmente? Não!
Estresse gerado pela falta de dinheiro prejudica a produtividade no trabalho. Um estudo sobre o impacto das preocupações financeiras na performance dos profissionais, conduzido por uma importante firma de consultoria especializada na área de trabalho a Willis Towers Watson, concluiu que os profissionais que têm preocupações com dinheiro perderam 12,4 dias de trabalho em 2015 e apenas 3,5 dias por ausência.
Como toda inovação é vinculada a um novo termo, a palavra “presenteísmo”, é usada para explicar que você vai ao trabalho, mas não está totalmente funcional por questões de saúde ou de estresse severo. Conforme definido pelos pesquisadores presenteísmo não se trata de fingimento ou jogar conversa fora no trabalho.
No início das pesquisas sobre esse tema havia o questionamento se haveria retorno financeiro sobre as ações propostas para esse ganho de produtividade. Hoje a conclusão é que retorno do investimento pode ser superior aos dos realizados em treinamentos.
Debra Lerner, professora do Tufts University School of Medicine in Boston, observou em pesquisa recente que o presenteísmo pode ser mais comum em tempos de crise económica, quando as pessoas têm medo de perder seus empregos.
O presenteismo parece ser um problema de redução de produtividade muito mais oneroso do que o seu homólogo de absentismo. Ao contrário do absenteísmo, o presenteismo nem sempre é evidente.
Você sabe quando alguém não aparece para trabalhar, mas muitas vezes você não pode dizer quando, ou quanto – doença ou uma condição médica está impedindo o desempenho de alguém.
Os efeitos do presenteismo não são pontuais. Se pessoas chave tem um declínio no seu desempenho as reuniões são desmarcadas e uma equipe inteira pode sofrer o impacto do atraso que isso poderá gerar.
As perdas com presenteismo são significativas, a depressão é estimada custar para os Estados Unidos entre US $ 36,6 e US $ 51,5 bilhões por ano em perda de produtividade.
O atendimento a doenças crônicas e a orientação financeira para seus funcionários são ações adotadas pelo Bank One (recentemente adquirida pela JPMorgan Chase), Lockheed Martin, e Comerica que intensificaram um potencial de ganhos nesses investimentos.
Não há uma única forma de medir a perda da produtividade por redução de funcionalidade no trabalho. Na metodologia usada pela American Productivity Audit, desenvolvida por Buzz Stewart o profissional é questionado sobre quantas horas de trabalho ele perdeu devido a problemas médicos. O método da Harvard Medical School desenvolvido por Ronald Kessler questiona o profissional sobre a sua performance total. A pesquisadora Debra Lerner da Tufts avalia a produtividade em função da função das atividades dos profissionais, por exemplo, uma dor nas costas pode não ser um grande problema para um vendedor de seguros, mas a depressão é provável que seja.
A qualidade do sono também é um diferencial competitivo. O sono saudável melhora o desempenho cognitivo dos profissionais que devem tomar decisões cruciais para o negócio. A ligação entre a liderança efetiva e um boa noite de sono é clara, essa é uma das conclusões do artigo “ The organizational cost of insufficient sleep” (McKinsey – Fev. 2016).
Graças a necessidade de nos preocuparmos com o meio ambiente descobrimos com a evolução dos conceitos de sustentabilidade que também devemos nos preocupar mais com o nosso bem estar. Vale observar que o tema não é novo, Adam Smith em Wealth of Nations observou que os trabalhadores enfermos são menos propensos a trabalhar de forma produtiva.
O questionável é porque essa preocupação com o nosso bem estar somente vai gerar inovações efetivas somente após termos constatado que há um ganho financeiro.