“Homem Formiga” (Dir.: Peyton Reed / EUA, Reino Unido, 2015)

Eduardo Benzatti

“Homem Formiga” – o mais recente filme da Marvel lançado por aqui (já algumas semanas em cartaz na cidade – tem várias singularidades. Ao começar pela abertura que se utiliza de uma rumba (!) como trilha – aliás há várias referências ao universo latino (para o bem ou para o mal: admiração e preconceito, ou seja, como os Norte-Americanos nos veem).

Dos efeitos é até redundância ficar elogiando (os filmes da Marvel vivem de se superar na qualidade dos efeitos, embora esse – alguém já disse – seja o melhor para se assistir em 3d, pelo fato de que muitas cenas foram criadas a partir do ponto de vista de quem também encolheu, como acontece com o herói – o que potencializa os efeitos).

A história é a mesma: tem alguém que quer (ou pode) destruir o mundo; tem alguém – o herói e/ou seu criador – que não vai deixar; tem alguém – ou alguma corporação – ambicioso(a); há grupos que pareciam extintos, mas estão de volta – A Hidra; há (como sempre nos filmes da Marvel) as várias auto referências (Vingadores, Capitão América, Homem de Ferro); Stan Lee (de certa forma, o “pai” de tudo isso) faz sua aparição habitual; têm cenas após o término dos créditos (indicando o que está por vir); a ironia e o humor dos filmes recentes de heróis; “etcétera”, “etcétera”.

Mas, nesse tipo de filme, não é isso – na minha opinião – que muito interessa. Gosto de observar que tipo de MITOLOGIA eles remetem. No caso, é um filme sobre pais e paternidade. O herói (Scott Lang (Paul Rudd)) faz tudo para recupera a presença e o tempo perdido (preso) longe de sua filha e o criador (Dr. Hank Pym (Michael Douglas)) – da possibilidade de encolhimento de um ser humano – quer se redimir da morte da esposa e continuar protegendo o que tem de mais importante: também a filha. Nada é feito em “Nome do Pai” (daquele que cria e projeta), mas sim em “Nome do Filho” (ou melhor: das filhas).

“A união faz a força” (Vingadores) aqui também aparece na maneira como o nosso herói é auxiliado por vários tipos de formiga – às vezes o filme parece um minicurso de Mirmecologia. E ainda temos as referências fílmicas – aqueles com 50 anos (um pouco mais, um pouco menos) se lembraram do (divertido) seriado “Terra dos Gigantes” (anos 60-70) ou do (angustiante) filme “O incrível homem que encolheu (de 1957, ficção científica dirigida por Jack Arnold). Para um herói menor (sem trocadilhos) da Marvel até que é muita coisa.

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