Rose Mary Lopes
O Brasil seria infinitamente pior não fossem as ações filantrópicas e sociais que são realizadas diuturnamente por diferentes grupos de pessoas, de diversas orientações religiosas e filosóficas. Liderados por alguém com mais iniciativa, procuram minimizar as imensas carências e necessidades que ainda temos.
Nas áreas de moradia, saneamento básico, saúde, educação, segurança, justiça, inclusão social, proteção ambiental etc. Pensar e agir no seu entorno local, afetando a poucos já ajuda, mas não é assim que pensam muitos empreendedores sociais.
Estes empreendedores, que priorizam a causa social acima de outros critérios, procuram encontrar alternativas de solução que ampliem seu impacto, de modo a escalar as ações e avançar com velocidade para minimizar os passivos que temos.
Para destacar e reconhecer estes empreendedores, a Folha de São Paulo juntamente com a Fundação Schwab criaram, há 10 anos, o Prêmio Empreendedor Social para valorizar o esforço de brasileiros e brasileiras inconformados que agem para tornar nosso país melhor.
Este prêmio é tornado possível por parcerias estratégicas a Fundação Dom Cabral, a empresa aérea Azul, UOL e IE Business School (renomada escola de negócios espanhola), bem como o patrocínio da Confederação Nacional da Indústria – CNI. Também com a ajuda de dezenas de parcerias institucionais importantes.
Além da visibilidade os empreendedores recebem bolsas em instituições como Insead (afamada escola de negócios francesa) e Universidade de Harvard e assistência técnica de grandes empresas de consultoria. E mais a possibilidade de interagir com empreendedores sociais da Rede Schwab, de diversas partes do mundo.
Suas influências podem ir além, pois tem acesso ao Fórum Econômico Mundial, em grupos de trabalho sobre sustentabilidade, cidadania corporativa e papel dos governos. Aliás, foi Klaus Schwab o criador deste Fórum em 1971.
Juntos, Klaus e Hilde Schwab criaram a Fundação Schwab em 1998, e percebem ser benéfica e necessária a aproximação dos empreendedores sociais com as lideranças das grandes empresas multinacionais e de governos. Deste modo sinergizam a ligação entre a Fundação e o Fórum.
A última edição do prêmio aconteceu na noite de 02 de Dezembro no Masp, em São Paulo. O melhor projeto de empreendedorismo social precisa mostrar, além do perfil empreendedor, o impacto social e em políticas públicas, inovação e sustentabilidade.
O número de projetos inscritos no Brasil tem sido elevado, acirrando a competição entre projetos que beneficiam o ambiente e a sociedade. O processo envolve seleção e avaliação por um júri composto por pessoas renomadas em diversas áreas.
Os finalistas ao Prêmio 2014 foram: Fundação Pró-Rim, de Joinville, fundada pelo nefrologista Dr. Hercílio Alexandre da Luz Filho parceiro do Dr. José Aluísio Vieira, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM – fundado pelo biólogo Paulo Moutinho, e Geekie fundada por Cláudio Sassaki e Eduardo Bontempo.
Em 2014 os vencedores foram Eduardo e Cláudio, cuja plataforma on-line já impactou mais de 3 milhões de estudantes de 20 estados e mais de 500 escolas. Através de testes os alunos recebem resultados sobre os pontos fortes e aptidões, bem como dificuldades, e um programa de estudos individualizado.
Pelo voto dos leitores, Dr. Hercílio foi o ganhador. Outro prêmio, criado pela Folha de São Paulo em 2009, destacou na mesma noite o Empreendedor Social de Futuro, jovens de 18 a 35 anos de idade, com projetos entre 1 a 3 anos de existência.
Assim, os empreendedores de Maceió, Carlos Wanderlan, Ronaldo Tenório e Thadeu Luz, criadores do aplicativo Hand Talk que é um tradutor grátis, para celular, que auxilia a comunicação com os deficientes auditivos. Hugo, o personagem do aplicativo, traduz português escrito e oral para a língua brasileira de sinais – Libra.
Viva aos nossos empreendedores sociais! Vida longa a seus projetos e ao exemplo que disseminam para as novas gerações de empreendedores. Esperemos que o Brasil acorde para criar condições melhores para eles empreenderem e disseminarem suas soluções.