Em busca de um pouco de paz

Por Augusto Silva, professor do Anglo Vestibulares

A Organização das Nações Unidas (ONU) por meio de seu departamento denominado Alto-Comissariado para os Refugiados (ACNUR) anunciou nessa semana que o número de refugiados dentro ou fora de seus países de origem chegou a 45,2 milhões no fim de 2012. É o número mais elevado desde 1994. Dentre os fatores que geram as imigrações destacam-se as guerras, que impulsionam pessoas de todas as idades à buscarem melhores condições de sobrevivência em outros locais. A ONU afirma que os recentes conflitos na Síria e os problemas históricos entre judeus e palestinos muito contribuíram para esse elevado número, como também as tensões no Afeganistão, no Sudão, Iraque e Somália.

Uma parte expressiva desses refugiados busca sobrevivência nas regiões desenvolvidas, como América do Norte e Europa. Nessas regiões vemos crescer forte processo de rejeição aos estrangeiros, denominado xenofobia (palavra de origem grega – xeno = estrangeiro, fobia = medo). É fato que as nações desenvolvidas precisam de mão de obra imigrante para realizar as atividades que os trabalhadores nacionais não desejam fazer.

No entanto, a presença de estrangeiros assumindo postos de trabalho sem registro adequado, aceitando baixa remuneração, são fatores que preocupam alguns cidadãos nativos desses países. Geralmente, em situações de crise econômica, quando as oportunidades de trabalho diminuem, vemos um aumento dos discursos xenófobos, pedindo para que ocorra aumento na fiscalização das fronteiras e contenção na entrada de estrangeiros. Esse aspecto, associado ao forte sentimento nacionalista de alguns grupos sociais promovem o fortalecimento de partidos conservadores contrários a entrada de imigrantes, como também a formação de organizações clandestinas, denominadas de neonazistas, que muitas vezes usam meios violentos contra os estrangeiros.

Enquanto as desigualdades sociais em escala planetária persistirem e os conflitos se mantiverem ativos, esses deslocamentos humanos continuaram constantes e suas consequências, como a xenofobia, serão assuntos recorrentes nos noticiários em vários lugares do mundo.

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