Ativismo, marcas e comunicação, mesa do II Fórum ESPM de Comunicação

Pedro de Santi
Serviço. Nesta quarta-feira, dia 21/09, das 9:00 às 22:00 hs, no Campus Álvaro Alvim.
Especificamente, a mesa sobre Ativismo, Marcas e Comunicação acontecerá às 20:00 hs, no Auditório Kotler e contará com a participação de: Adriana Carvalho (ONU/Mulheres), Laura Chiavone, publicitária, Leão Serva (SEM CARRO)e Massimo de Felice (ATOPOS/ECA/USP). A mediação será feita pelo Diretor Acadêmico da ESPM, Ismael Rocha.

Parece já estabelecido que o século 21 é marcado pela ação. Onde estava a Guerra Fria ou estavam os adolescentes fechados em seus mundos, encontramos engajamento, afirmação de identidade e, mesmo, terror real nas ruas. Desde aqueles mesmos computadores onde se encerravam, os jovens se comunicaram e passaram a criar novas formas de ação política, alheia ao modelo tradicional.

Costumo dizer que o mundo líquido de Bauman descreve melhor o século 20; neste, o mundo líquido coalhou ou coagulou.

E os coágulos são unidades relativamente isoladas de grupos organizados em torno de seu gênero, etnia, religião. Eles lutam por sua existência, pelo reconhecimento de suas causas, por sua identidade. Nesta afirmação, ocupam e espaço e, com isto, impõem uma restrição no espaço do outro. Isto gera atrito, conflito e novos arranjos.

Para quem vem do século 20, é o caso de elogiar esta atitude mais política do ativismo. Parece ser melhor que os conflitos sejam explicitados e que possamos aprender a conviver com as diferenças, ao invés de as calar ou aniquilar.

O custo, também sabemos: a violência causada pelo choque entre as forças envolvidas e a luta contra a inércia das fronteiras que vem sendo forçadas. Ou pior: o uso, por parte de quem se via oprimido, dos mesmos mecanismos de opressão que sofriam. Quando o oprimido se vê no direito de dar o troco, temos a manutenção do mesmo jogo, não sua transformação.

Assim, paradoxalmente, alguns dos novos movimentos ativistas se mostram fortemente conservadores, sem o perceber.

É mesmo muito difícil lidar como novo, ou melhor, inventá-lo. É mais fácil repetir. Este foi o destino de boa parte das movimentações de rua tão interessantes de junho de 2013: nos três anos seguintes, acabaram por recuar para a vala comum da luta dos “pretralha” contra os “coxinhas”, ambos moribundos por demérito próprio.

Como transformar o ativismo segmentado em ideal político coletivo?

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