A Era do Insight para o Administrador Contemporâneo

Edmir Kuazaqui

Dentre as profissões mais antigas, com certeza figura como uma delas a do Administrador, pois sempre houve a escassez de recursos e a necessidade de transformação de insumos em riquezas. Com o crescimento das populações, as empresas tiveram que descobrir novas formas de sustentar e perpetuar o seu mercado, de forma a ampliar o alcance de seus horizontes competitivos. Essa realidade levou as empresas ao aumento da produtividade, da economia de escala e da economia de escopo, onde é levada em consideração a relação de atender de forma mais otimizada as demandas de mercado.

Essa realidade obrigou as empresas em desenvolver novas formas de agir e pensar, não somente para o acúmulo de riquezas, mas também no atendimento das necessidades de consumo e aspectos sociais da comunidade. Desta forma, o Administrador Contemporâneo se depara cotidianamente com situações que vem de encontro ao consumo, das obrigações profissionais e das carências sociais. Tome-se como exemplo determinada start-up com uma ideia inovadora que permite a praticidade de mobilidade, ferindo direito adquirido de determinada classe profissional e que recentemente restringiu em alguns países a jornada de trabalho de seus associados em 12 horas, no sentido de dar a ideia de segurança e diminuição de acidentes de trânsito. Outro exemplo é uma cervejaria que fornece bebida alcóolica junto com água mineral, no sentido também de diminuir a possibilidade de acidentes de trânsito junto à universitários.

Independente se você concorda ou não com esses dois simples exemplos, percebe-se as diferentes decisões e ações que um Administrador (e, considere, por favor, suas especializações, como Marketing, Finanças, Recursos Humanos, Produção, entre outras) deve tomar, bem como de seus desdobramentos econômicos, sociais e financeiros. Aliada à essa realidade, tornou-se uma prática em prever o que acontecerá no ano que inicia, bem como dos desafios e oportunidades do Administrador, impossíveis de prever dada a heterogeneidade de situações e aplicações desta nobre profissão.

Porém, embora diferentes teorias, práticas e estudos de caso se avolumam em nossas estantes, pode-se perceber que a Administração não pode ser considerada hermética, teoricamente correta e comprovada por estudos de caso. Se formos mais adiante, pode-se perceber que muito das descobertas resultaram de um processo de disrupção, de uma insatisfação constante, de eventos que por vezes forçaram pessoas a tomar decisões. Um bom exemplo foi a evolução das gerações comportamentais e novos produtos e serviços após o término da 2ª Guerra Mundial.

O pensar e o agir do Administrador parte de como ele visualiza o ambiente onde está inserido, da forma pessoal como ele interpreta os movimentos de mercado, compreende o consumidor e como a partir de um olhar visionário, cria soluções para os seus consumidores. Entende-se, então, que a Administração não deve estar sob a égide e limites de determinadas teorias, mas sim como uma nova visão sobre o mesmo assunto que pode mudar e até transformar a cadeia de eventos, de forma a criar a nossa própria realidade.

De um lado, deve existir empresas com modelos inovadores, infoestruturadas de forma a descobrir e criar soluções inovadoras, como o Instagram que em determinada época tinha 12 funcionários em seu grupo de trabalho. De outro lado, empresas visionárias e norteadas como a dinamarquesa Lego, inspirando e desenvolvendo os construtores do amanhã. Finalmente, pessoas capacitadas, focadas e competentes em sua área de conhecimento, porém com uma visão ampla de todo o negócio e mercado, um técnico generalista, sempre à procura de soluções e com um certo nível de insatisfação, onde sempre procurará mais conhecimentos e formas de contribuir para a sociedade.

Um verdadeiro Administrador não deve estabelecer limites e divisões entre a profissão e a vida pessoal. A arte de Administrador permeia por todas as fases da vida de um indivíduo, seja sob o ponto de vista de agente transformador, bem como do influenciado. É diretor, ator ou expectador da Administração.

Comentários estão desabilitados para essa publicação