A diminuta geração do analytics e da fluência digital

Cléber da Costa Figueiredo

Muitas escolas têm incorporado o estudo de reconhecimento de padrões, sequências e até o conhecimento de estatística em seus programas, desde as séries iniciais do ensino fundamental. 

Diversos materiais didáticos têm se preocupado em trabalhar com a criança habilidades, como as citadas acima, que serão fundamentais para que o indivíduo seja capaz de trabalhar sistematicamente com um computador. 

Por que essa necessidade surgiu? Porque vislumbrávamos que essa geração viveria a quarta revolução industrial. No entanto, tudo foi tão acelerado pela pandemia da Covid-19 que podemos dizer que essa geração viverá, talvez, a quinta revolução industrial, que tratará da humanização dos processos digitais, e a capacidade analítica será ainda mais necessária para os pequeninos.

Segundo o dicionário do Google, o termo analytics refere-se à análise computacional sistemática de dados ou estatísticas. Essa análise computacional só pode ser realizada por um ser humano. 

Neste contexto, setores que levaram décadas para se renovarem, como, por exemplo, o setor educacional, reinventou-se em semanas. Ninguém imaginava crianças sem saírem de casa, alfabetizando-se com um teclado de um notebook, tirando fotos de suas lições de casa e anexando-as em um uma estrutura de nuvem, em um drive, ou mesmo utilizando um quadro branco virtual, em tão pouco tempo.

Como as crianças pequenas tinham pouca habilidade na escrita, foi mais fácil recorrer às assistentes virtuais de seus tablets na hora de uma busca rápida, para resolver uma lição de casa. 

Assim, a assistente virtual do Google, ou a Siri, foram bastante requisitadas por esse público que tinha necessidade de ter uma resposta rápida, contudo era pouco hábil para fazer uso do teclado.

Nesse cenário, essa geração diminuta já se alfabetizou dentro do contexto da fluência digital. Portanto, podemos falar de uma geração que será capaz de se adaptar às diferentes tecnologias, deslocando-se bem entre elas e estando sempre aberta para aprender e fazer uso dos diferentes conhecimentos digitais que a circundarão ao longo da vida. 

Pode-se, inclusive, afirmar que será uma geração letrada digitalmente. 

Essas crianças que brincaram com os colegas, via reuniões virtuais, usaram chats durante as aulas, ligaram e desligaram suas câmeras e microfones, ou até mesmo compartilharam suas telas, receberam estímulos superiores aos das crianças que só foram estimuladas a reconhecer padrões, sequências e resumir informação textual ou não textual por meio de gráficos, por exemplo, em um livro físico. 

No entanto, com o relaxamento das restrições de isolamento, a escola buscou retomar o status quo que possuía antes da pandemia. As salas de aula virtuais foram abandonadas, bem como os jamboardschatse tantos outros recursos. 

Parece controverso, mas será que a ideia é dar dois passos para trás para tentar dar um passo para frente? É o que veremos. 

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