Os líderes do G20 (grupo das maiores economias do mundo) acalmaram o temor de que a crise energética atual resulte num retrocesso na COP 27 com relação ao compromisso de limitar o aquecimento global a 1,5° C.
Os líderes do G-20 reunidos em Báli, na Indonésia, concordaram em se ater à meta definida no referencial Acordo de Paris em 2015, apesar de a crise energética desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia ameaçar minar esse objetivo. Essa decisão gerou esperança de que injetará o tão necessário impulso nesse sentido, num momento em que a conferência sobre o clima realizada no Egito entra nos seus últimos dias.
“Os sinais positivos da cúpula do G20 deverão impulsionar as negociações climáticas “, disse Ani Dasgupta, presidente do World Resources Institute (WRI). “Essas metas podem parecer técnicas no papel, mas alcançá-las é a diferença entre um futuro mais estável e uma devastação generalizada para bilhões de pessoas.
“Manter vivo o 1,5º C” tem sido o mote fundamental das negociações climáticas desde que se chegou ao acordo, no ano passado, em Glasgow, de cortar emissões nesta década, na tentativa de garantir essa meta. O documento final que está sendo redigido pela presidência egípcia da COP 27 tende agora a manter a referência a essa meta, contornando o receio de que países como a China pressionariam pela meta mais branda, de 2° C.
“Os líderes do G-20 emitiram um sinal importante – para os ministros e negociadores presentes aqui na COP 27 e para o mundo inteiro: a meta do 1,5 grau é a base de todas as nossas ambições e ações climáticas”, disse Jennifer Morgan, enviada da Alemanha às negociações climáticas. “O G20 mantém o pacto climático de Glasgow e não pode haver qualquer qualquer retrocesso em relação a esse ponto aqui em Sharm El-Sheikh.”
As conversações no resort do mar Vermelho ingressaram em seus últimos dias, e prevê-se que as negociações sobre questões como financiamento climático e o corte dos combustíveis fósseis se encaminhem para alcançar o clímax, num momento em que os países são obrigados a se comprometer com as posições que assumiram/.
