Sul-coreano “Parasita” bate veteranos de Hollywood e faz história no Oscar

 “Parasita”, uma sátira social mordaz da Coreia do Sul, venceu o Oscar de melhor filme no domingo, fazendo história ao se tornar o primeiro longa em língua não-inglesa a receber a maior honraria da indústria do cinema. 

Tratando da disparidade entre ricos e pobres na Seul atual, “Parasita” conquistou um total de quatro estatuetas, incluindo as de melhor diretor e roteiro original para Bong Joon Ho e melhor filme estrangeiro—nenhum longa havia vencido até então como melhor filme e melhor filme estrangeiro no Oscar.

Foi um desfecho incrível para um filme que foi exibido com legendas nos Estados Unidos, derrotando produções de grandes estúdios e veteranos de Hollywood como Martin Scorsese e Quentin Tarantino. A vitória também veio ao final de uma temporada de premiações que foi criticada pela falta de diversidade.

O palco da cerimônia ficou repleto de atores e cineastas sul-coreanos, que, em sua maioria, falaram à plateia por meio de uma intérprete.

“Estou sem palavras”, disse Kwak Sin-ae, uma das coprodutoras de “Parasita”. “Jamais imaginamos que isto aconteceria. Estamos muito felizes. Sinto que um momento muito oportuno da história está acontecendo neste momento”.

Quando Bong recebeu o primeiro Oscar da noite, o de melhor roteiro original, contemplou a estatueta dourada maravilhado.

Mais tarde, ele homenageou os outros diretores indicados, dizendo: “Gostaria de pegar uma motosserra e dividir o Oscar em cinco e compartilhá-lo com todos vocês”.

A cerimônia, que não teve uma apresentador oficial, foi pontuada por piadas e comentários sarcásticos sobre a exclusão das mulheres na categoria de direção e na lista dos 20 indicados por atuação, que só incluiu uma pessoa negra.

“Achei que estava faltando alguma coisa este ano”, insinuou o comediante Steve Martin, inaugurando o espetáculo com Chris Rock.

“Vaginas?”, sugeriu Rock, recebendo muitos aplausos.

As categorias de atuação premiaram nomes já esperados. Joaquin Phoenix recebeu o de melhor ator pelo protagonista de “Coringa” e Renée Zellweger, o de melhor atriz por sua interpretação de uma Judy Garland envelhecida no musical “Judy: Muito Além do Arco-Íris”.

“Era Uma Vez… em Hollywood”, homenagem sentimental de Tarantino a Hollywood, rendeu o primeiro Oscar de atuação para Brad Pitt, que venceu como melhor ator coadjuvante, e Laura Dern também ganhou seu primeiro Oscar por seu papel de coadjuvante em “História de um Casamento”.

Mas “O Irlandês”, saga de mafiosos da Netflix dirigida por Scorsese que havia recebido 10 indicações e foi estrelada pelos veteranos Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci, saiu de mãos vazias.

https://br.reuters.com/article/entertainmentNews/idBRKBN2041B1-OBREN

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