PSOE vence na Espanha, mas sem maioria

Os socialistas venceram as eleições parlamentares da Espanha neste domingo (28), mostram os primeiros dados da apuração oficial, mas não conquistaram maioria para governar sozinhos.
Já seu principal rival, o Partido Popular (PP, de direita), pode ter sofrido um revés histórico, vendo sua bancada encolher em torno de 50%.
Os resultados também confirmam a entrada no Congresso de deputados do Vox, a primeira legenda de ultradireita a chegar ali desde o fim da ditadura de Francisco Franco, em 1975.
Mas não se concretizou, ao que parece, a onda de conservadorismo radical que, segundo analistas, poderia alçar a sigla novata ao terceiro lugar, à frente de Cidadãos (centro) e Podemos (ultraesquerda).
Outro destaque é o alto comparecimento do eleitorado, de 75%, o maior desde 2004 (houve quatro pleitos desde então).
Segundo as primeiras projeções, com 39% das urnas apuradas, o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) teria 129 cadeiras na próxima legislatura, um crescimento expressivo em relação às 85 atuais e a melhor marca desde 2008.
O desempenho, se confirmado, legitima Pedro Sánchez como líder partidário. Derrotado nas eleições gerais de 2015 e 2016, que não produziram maiorias claras para formar governo, ele queria um terceiro embate com o então premiê, Mariano Rajoy (PP).
Foi forçado por correligionários a recuar do plano e acabou deixando o comando da agremiação. Voltou no ano seguinte, impulsionado pela base, e conseguiu, em junho de 2018, fazer aprovar uma moção de desconfiança na gestão Rajoy que o transformou em primeiro-ministro.
Dito isso, Sánchez vai precisar do apoio do Podemos e de outras legendas menores (algumas das quais ligadas ao separatismo catalão, o que deve dificultar as conversas) para governar pela segunda vez.
O partido de esquerda radical sofreu um baque semelhante ao do PP, passando dos atuais 71 deputados para 32 (com 30% da apuração).
No campo da direita, o Partido Popular teria 67 assentos no próximo Congresso, contra 137 hoje. Tudo indica que será a pior performance da história do establishment conservador espanhol.
Criado em 2013 por egressos do PP, o Vox adentra o Legislativo nacional com mais de 23 deputados, marca vigorosa, porém inferior à que as pesquisas mais recentes apontavam (entre 29 e 27).
Na centro-direita, o Cidadãos, que buscou durante a campanha se posicionar como “o” partido para quem desejasse desalojar Sánchez do Palácio da Moncloa (sede do governo), deve passar de 32 cadeiras a mais de 50, fortalecimento que, no entanto, não será suficiente para desbancar o tradicional PP.
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