Nas redes, marcas devem conviver com críticas

O que é pior: o medo ou a indiferença? Se o que está em jogo é “marca”, o pior é a indiferença. Agora, escapar de ficar indiferente para o consumidor tem um custo: conviver com críticas. E isto quer dizer: as empresas devem se apresentar nas redes sociais de forma mais transparente, sem medo de comentários negativos.

Este foi o sentido do comentário mais provocador do publicitário Hugo Rodrigues, vice-presidente de operações da agência Publicis, na segunda rodada do Arena de Marketing, evento mensal organizado pela Folha, em parceria com a ESPM. O evento, gravado anteontem no estúdio da escola, foi mediado pelo jornalista Morris Kachami e pelo coordenador do curso de Comunicação Social, Paulo Roberto Cunha.

Na opinião de Rodrigues, as marcas não deveriam ter medo das críticas: “achar que você vai entrar na rede sem receber nenhuma crítica é utopia. Claro que a marca deve ter mais vitórias do que derrotas, mas nem Deus é unânime. Seria mais saudável para as marcas permitir as críticas”.

Rodrigues, como mostrou matéria da Folha de São Paulo, edição de 18/3, pg B16, ponderou que a publicidade voltada para a classe C deve ser “necessariamente mais simples, pois há um problema sério no país de analfabetismo funcional”. A expressão analfabetismo funcional significa que há capacidade de leitura, mas não de compreensão do que se leu.

Simplificar a mensagem gera outro tipo de problema, como também apontou Rodrigues: “se você simplifica você conversa com todo mundo; mas, você também empobrece a comunicação e a criatividade sofre”.

O publicitário enfatizou que as marcas precisam entender o consumidor, seus gostos e preferências. Rodrigues foi bem claro na sua crítica: “as marcas, as agências e os clientes ouvem muito pouco o consumidor real, pois quem comanda as agências tem gosto muito diferente do gosto do consumidor”.

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