IBGE: Produção de riqueza no Brasil continua concentrada

A tendência existe, mas o resultado ainda é muito modesto. A interiorização do desenvolvimento industrial brasileiro é um fato. Muitas empresas tomaram este caminho. Mas, em 2010, apenas 12 municípios eram responsáveis por 25% do PIB do País. Os dados são do IBGE.
O que a pesquisa do instituto revelou é que em apenas 65 municípios brasileiros está a metade do PIB industrial. A concentração de desenvolvimento ainda é um fato no Brasil. O caso mais forte é o da cidade de São Paulo que sozinha gera 11,8%% do PIB. O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar com 2,5%. Algumas cidades que já apresentavam certa tradição de PIB industrial também cresceram, caso de Joinville no estado de Santa Catarina.
O que mais apresentou desconcentração foi o setor da agropecuária. Por exemplo, a cidade de Cristalina passou de 11º lugar no ranking da produção agrária em 2009, para o primeiro lugar no ano seguinte. Algumas cidades romperam limites de produção, caso de Petrolina, em Pernambuco, que se transformou no maior produtor nacional de uva, goiaba e manga.
Os técnicos do IBGE reconhecem que a maior concentração está ainda no setor de serviços, o maior gerador de empregos do País. Em 2010, apenas 40 municípios concentravam metade do PIB do setor. Nesse caso, duas exceções ocorreram: Recife e Fortaleza, avançaram bastante no ranking da produção no setor de serviços.
A mudança mais forte foi a participação das capitais dos Estados no PIB. Essa participação caiu mito por causa do avanço da produção de commodities. Mesmo a participação da indústria no PIB avançou muito pelo crescimento da atividade extrativa mineral.
Os dados do IBGE indicam que não é bem como se pensava, ou pelo menos o ritmo de desconcentração do desenvolvimento brasileiro, ainda não é o esperado. Desconcentrar desenvolvimento significa maior geração e distribuição de renda. Este é o ponto que mais preocupa os técnicos do IBGE.

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