Por Cesar Veronese, Professor do CPV Vestibulares
Não é piada nem frase de efeito. Papai Noel existe e é possível chegar até ele.
O ser humano é perverso, egoísta, vaidoso, mentiroso, prepotente, arrogante e incapaz de qualquer altruísmo. Por isso os mais fracos e os bem-intencionados sempre acabam se dando mal. Como acaba de acontecer com esses inocentes homens públicos encarcerados na Papuda. E isso é lá nome que se dê a um presídio? As pessoas que lá estão nunca falaram nem fizeram coisas de mais. Nunca souberam de nada dessas falcatruas articuladas pelos detratores e acusadores de homens públicos de bem.
Os homens da Papuda não sabiam de nada. Como os outros homens públicos do Brasil nunca sabem de nada. A bancada ruralista do Congresso nunca soube nem sabe dos grileiros do Pará e do Amazonas que mandam executar índios, pequenos proprietários e freiras rebeldes. A bancada médica do Congresso nunca soube nem sabe dos lobbies dos planos de saúde. A bancada dos igrejeiros do Congresso nunca soube nem sabe que em nome de Deus e do dízimo é possível manter a miséria e a injustiça. A bancada dos “artistas”, dos famosos e dos esportistas nunca soube nem sabe que a indústria do entretenimento é uma das mais refinadas formas de manutenção da miséria…. Eles nunca sabem de nada…
Assim como os compradores de votos para a reeleição de FHC não sabiam de nada. Assim como os chefes do SNI não sabiam de nada. Como Collor e Maluf nunca souberam de nada. Assim como Getúlio não sabia o que a Gestapo poderia fazer com Olga Benário. Assim como Floriano Peixoto não sabia o que poderia acontecer com os rebeldes da Armada. Assim como Fidel e Obama não sabem de nada. Como Angela Merkel não sabe da Espanha, do Chipre e da Grécia. Como Thatcher e Reagan nunca souberam de nada. Como Ceaucesco e Mobutu nunca souberam de nada. Como Pinochet e Pol Pot nunca souberam de nada. Como Mao e Stálin. Como Hitler e Mussolini. Franco e Salazar. Como os exterminadores de índios nas Américas e de negros na África. Como Nero e Átila. Genghis Khan e tantos outros inocentes…
Em meio a tanta irrealidade e falsas acusações, pensemos na vida real, no Ensein heideggeriano, naquilo que existe independente de nossa consciência. Pensemos em Papai Noel, que acabou de estacionar o seu trenó e se regala com um picolé de manga, antes de dar um mergulho nas águas tórridas do Ártico. Depois irá jogar frescobol com o Coelhinho da Páscoa.
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