A primeira campanha, há 10 anos em Londres

Há 10 anos, um painel instalado em um ponto de ônibus da Oxford Street, em Londres, entrou para a história como a primeira campanha publicitária do mundo a utilizar inteligência artificial (IA). O pôster interpretava a reação do público: se a fisionomia da audiência parecesse positiva, o mobiliário urbano exibia outro anúncio da marca de café fictícia chamada Bahio, mas, se houvesse algum tipo de estranhamento, o reclame era imediatamente descartado.

Em cinco dias, foram geradas 1.540 propagandas diferentes, a partir de um conjunto inicial de imagens e textos. As informações são de uma reportagem do jornal inglês “The Guardian” de 2015.

A iniciativa foi criada pelas agências de publicidade M&C Saatch e Posterscope, em parceria com a empresa de mídia externa Clear Channel (hoje chamada de Bauer Media Outdoor). A ideia não era promover uma marca propriamente dita – daí o uso de uma fictícia -, mas sim testar a tecnologia. Os resultados mostraram à época que textos mais curtos eram mais populares, assim como uso de imagens de coração. “É a primeira vez que um cartaz é deixado livre para escrever completamente sozinho [uma campanha], com base no que funciona, em vez de apenas no que um publicitário acha que pode funcionar”, disse o diretor de inovação da M&C Saatchi, David Cox, ao jornal. “É um algoritmo darwiniano, ele vai evoluir para se tornar cada vez mais eficaz”, afirmou.

O equipamento contava com ajuda do videogame Kinect, que é capaz de capturar os movimentos dos consumidores. No teste inicial, o anúncio rastreou mais de 42 mil interações. “Não se trata de escrever o melhor anúncio do mundo. Tem muita coisa estranha”, admitiu Cox, se referindo às frases sem sentido, “mas daqui a 10 anos, quem sabe?”.

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2025/12/08/a-primeira-campanha-ha-10-anos-em-londres.ghtml

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