A relação entre a inteligência artificial e o consumo de energia já é uma realidade

Imagine se você pudesse escolher o fornecedor de energia da sua casa? No mês passado, estive no Texas, um Estado que, desde a adoção do mercado livre de energia em 2002, permite que 26 milhões de pessoas – cerca de 85% da sua população – escolham seus provedores de energia entre mais de 60 opções disponíveis.

Em vez de um monopólio, onde somente uma empresa está autorizada a vender energia em uma determinada cidade ou região, pelo valor que o governo decide, no mercado livre os consumidores têm liberdade de escolha. Isso significa que várias companhias competem entre si para vender energia, e você escolhe a que melhor atende às suas necessidades com base em preço, qualidade do serviço ou outros fatores.

Basicamente, há planos com tarifas fixas e variáveis. A tarifa fixa protege o consumidor contra aumento nos preços, mas não permite aproveitar eventuais quedas. Já a tarifa variável se ajusta conforme o mercado: ela é mais barata quando há pouca demanda e mais cara quando a demanda aumenta.

Em Houston, fui a uma casa conceito construída pela NRG, um dos maiores grupos energéticos dos Estados Unidos. A residência gera energia com painéis solares, armazena em baterias e é capaz de vender essa energia para a rede elétrica, gerando créditos na fatura. Essa mesma casa também podia ser alimentada por carros elétricos. Ou seja, você carrega o carro de madrugada, quando a energia é barata, e transfere essa energia do carro para a casa no fim do dia, quando a energia é cara. Inclusive, no último furacão que passou por lá em julho, moradores usaram carros elétricos como geradores quando a cidade ficou sem luz.

Além disso, vi como a inteligência artificial (IA) está levando a gestão energética para o estado da arte. Conheci vários provedores de energia digitais – como a Octopus Energy – que oferecem uma experiência fantástica aos usuários, desafiando as tradicionais empresas do setor. E vi como tudo isso pode impactar o nosso País em breve, já que no Brasil, consumidores de média e alta tensão, que vão desde grandes fábricas até pequenos negócios, já podem acessar o mercado livre, e há expectativa que isso se amplie a todas as milhões de residências, que fazem parte do chamado grupo de baixa tensão, nos próximos anos.

Apesar do Texas ter uma histórica relação com o petróleo, o Estado está se adaptando à crescente demanda por energia limpa e renovável. Hoje, ele já é o maior produtor de energia eólica dos EUA e o segundo maior de energia solar

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