Os 34 ameaçados hotspots do mundo

Por Augusto Silva, professor do Anglo Vestibulares

Vire e mexe, encontramos nos jornais ou em revistas que abordam questões ligadas à natureza a palavra HOTSPOTS. Mas o que vem a ser isso?
A tradução indica que são “pontos quentes” do planeta, e pode ser emprega em vários ramos do conhecimento como informática, geologia e até mesmo geopolítica. Claro que em cada ramo ela tem um significado diferente, por exemplo: na geologia hotspots significa as regiões que apresentam vulcões, já para a informática pontos de acesso a internet sem fio.
Hoje gostaria de passar algumas informações sobre os hotspots da biodiversidade, que correspondem a biomas com elevada presença de espécies sujeitas a um alto grau de destruição. Essa palavra começou a ser utilizada no final da década de 1980 por um ecólogo britânico chamado Norman Myers, e gradativamente ganhou contornos acadêmicos, sendo que hoje para um bioma ser denominado de hotspots tem que apresentar no mínimo 1500 espécies endêmicas e mais de 75% de destruição já comprovada.
Atualmente, são 34 hotspots espalhados pelo mundo, com maior presença na Ásia, onde quase 1/3 desses pontos quentes podem ser encontrados. Já no continente americano são nove hotspots, sendo entre esses, dois presentes em território brasileiro: Cerrado e mata Atlântica.
Como conseqüência direta do processo colonizador, a mata Atlântica foi o primeiro bioma nacional a sofrer um processo severo de destruição. A procura de pau-brasil e de outras madeiras, o desenvolvimento das lavouras de cana e café, a formação das cidades costeiras, foram gradativamente destruindo essa mata que se estendia por quase a faixa costeira do nosso país. Já a destruição do cerrado é mais recente, data principalmente no século XX quando as expansões da agropecuária e do extrativismo vegetal destruíram mais de ¾ desse bioma.
Às vezes me pego pensando sobre como chegamos a essa situação. Será que tudo foi em nome do progresso, do desenvolvimento econômico? Talvez sim, talvez não. O que tenho certeza é que enquanto o ser humano não se sentir parte integrante de um meio ambiente extremamente sensível, estaremos longe de uma preservação duradoura. Enquanto isso, nas metrópoles se incentiva um consumismo exacerbado, fato que amplia o consumo de matérias-primas, aprofundando ainda mais a destruição dos biomas.
Pense nisso!

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