Uber faturou quase US$ 1 bi no Brasil em 2018

O Uber faturou US$ 959 milhões no Brasil ao longo do ano de 2018, um crescimento de 15% na comparação com o ano anterior. Em 2016, a empresa faturou US$ 236 milhões no território nacional. Os dados fazem parte do pedido de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) enviado pela empresa ao órgão regulador americano (SEC, na sigla em inglês): no documento, a empresa estipulou a a faixa de US$ 44 a US$ 50 como preço-alvo para seus papéis. 
No preço máximo, a cotação avalia a empresa em US$ 91,5 bilhões, um valor significativo, mas abaixo do valor que alguns bancos previram que a empresa teria após o IPO, na casa de US$ 120 bilhões. Hoje, a empresa está avaliada em US$ 76 bilhões. A companhia de transporte por aplicativo disse ainda que pretende captar até US$ 10,35 bilhões em ações. Caso esses números se concretizem, será a maior abertura de capital nos EUA desde 2014, quando a chinesa Alibaba estreou na bolsa de valores. 
Em documento enviado ao órgão regulador americano (SEC, na sigla em inglês), a empresa disse ainda que o PayPal concordou em comprar US$ 500 milhões em ações em uma colocação privada no IPO. No documento, o Uber também informou um prejuízo líquido atribuível à empresa no primeiro trimestre de 2019 de cerca de US$ 1 bilhão e receita de aproximadamente US$ 3 bilhões.
O envio do documento ocorre com o Uber se preparando para começar seu roadshow de investidores, no qual a administração da companhia passará os próximos 10 dias apresentando a empresa para investidores do mercado. A expectativa, segundo fontes próximas à empresa, é de que a abertura de capital aconteça na primeira quinzena de maio – provavelmente, no dia 10 do mês que vem. 
Durante as apresentações a investidores, o Uber deve ser bombardeado por perguntas dos mais diversos tipos – de quando será capaz de gerar lucro ou como fará a transição para carros autônomos. Outra preocupação é se a empresa será capaz de suportar custos mais altos para pagar os motoristas, a partir de regras de remuneração mínima em diversos países. 
O Uber enfrentará uma série de perguntas, inclusive quando ela gerará lucro, como navegará na transição para veículos autônomos e se seu modelo de negócios poderá suportar custos mais altos de motoristas a partir das regras do salário mínimo.
Para investidores, as ambições do Uber em sua abertura de capital foram moderadas após o fraco desempenho do Lyft, seu maior rival nos EUA, em suas primeiras semanas no mercado de capitais – as ações da concorrente já caíram mais de 20% desde a chegada à bolsa de valores. “A redução de preços é um indicativo da hestiação dos investidores frente a empresas ainda sem lucro e com modelos de negócio pouco testados”, disse o analista Asad Hussain, da PitchBook. 
Insegurança. Além das informações sobre faturamento, o relatório do Uber ainda faz menção ao Brasil em outras áreas – o País é o segundo maior mercado da empresa fora dos EUA. Uma delas é infeliz para o País: na parte de riscos à operação, a empresa diz que incidentes de segurança resultando em roubos e ataques violentos a motoristas.

https://link.estadao.com.br/noticias/empresas,uber-tem-prejuizo-de-us1-bi-no-1-tri-empresa-divulga-termos-de-venda-de-acoes,70002805430

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