Google compra Fitbit por US$ 2,1 bilhões, em desafio aos relógios da Apple

O Google fechou acordo para adquirir a Fitbit, pioneira dos aparelhos de acompanhamento de exercícios, por US$ 2,1 bilhões, e as duas companhias do Vale do Silício se aliarão para combater a Apple e seu segmento de tecnologia vestível, que vem crescendo rapidamente.
A Fitbit é a maior aquisição do Google no ramo de bens eletrônicos de consumo desde que a empresa tomou o controle da Nest, fabricante de equipamentos para casas inteligentes, por US$ 3,2 bilhões, em 2014.
Embora a oferta do Google represente um ágio de 19% ante o preço de fechamento das ações da Fitbit na quinta-feira (31), o valor da empresa foi avaliado em pouco mais de metade dos US$ 4 bilhões em capitalização de mercado com que ela abriu seu capital quatro anos atrás.
A transação, que precisa ser aprovada pelos acionistas das duas empresas e pelas autoridades regulatórias, testará a disposição dos usuários da Fitbit para entregar ao Google dados sobre sua saúde e condicionamento físico.
As duas empresas prometeram, na sexta-feira (1º), que os dados dos usuários da Fitbit “não serão usados para direcionamento de anúncios pelo Google”.
“A Fitbit foi uma verdadeira pioneira no setor e criou produtos e experiências excelentes, e uma comunidade vibrante de usuários”, disse Rick Osterloh, vice-presidente sênior de aparelhos e serviços do Google.
“Aguardamos a oportunidade de trabalhar com os incríveis talentos da Fitbit, e de unir o melhor hardware, software e inteligência artificial, para construir aparelhos vestíveis que ajudem ainda mais pessoas em todo o mundo.”
James Park, cofundador e presidente-executivo da Fitbit, disse que o Google era o “parceiro ideal”. Com os recursos e a plataforma mundial do Google, a Fitbit será capaz de acelerar a inovação nas categorias de aparelhos vestíveis, ganhar escala mais rapidamente e tornar a saúde ainda mais acessível para todos”, disse ele.
As ações da Fitbit subiram em 30% na segunda-feira com a notícia sobre a possibilidade de um acordo, revertendo o que vinha sendo uma queda de mais de 10% até agora este ano, para as ações da companhia sediada em San Francisco, antes do anúncio.
A oferta do Google de US$ 7,35 por ação da Fitbit se compara ao preço de oferta pública inicial de US$ 20 que a empresa adotou em junho de 2015.
Depois de fechar a um máximo de US$ 47,49 pouco depois da abertura de capital da empresa, as ações da Fitbit passaram dois anos apresentando desempenho morno, enquanto a companhia tentava mudar o foco de seu negócio, passando das pulseiras de fitness de baixo custo para relógios inteligentes, ao encarar concorrência mais intensa da parte do Apple Watch.
Em julho, as ações da Fitbit sofreram uma queda de 20% por conta das vendas fracas de seu relógio inteligente Versa Lite, e a companhia previu prejuízos anuais superiores aos antecipados pelos investidores.
A Apple, enquanto isso, anunciou fortes vendas de seus aparelhos vestíveis, alguns dias atrás, com a receita de seu mais recente trimestre crescendo em 54% ante o período no ano passado, para US$ 6,5 bilhões. A transação, se aprovada, deve ser implementada no ano que vem. A Fitbit foi assessorada pela Qatalyst e Fenwick & West, na negociação.

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/11/google-compra-fitbit-por-us-21-bilhoes-em-desafio-a-divisao-de-relogios-da-apple.shtml

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