Explosão eleva clima de tensão entre EUA e Irã

Um foguete foi lançado, ontem em Bagdá, numa área onde fica a embaixada dos Estados Unidos. A explosão não deixou vítimas, mas elevou as preocupações em torno do clima de tensão entre EUA e Irã. Orientados pela Casa Branca, diplomatas norte-americanos deixaram o Iraque na semana passada.
A explosão foi ouvida no centro de Bagdá. Em um comunicado, militares iraquianos disseram que o foguete Katyusha é um explosivo que consegue alcançar alvos de forma rápida, mas é impreciso. Não foi revelado quem teria lançado o explosivo.
Ontem, por meio do Twitter, o presidente dos EUA, Donald Trump, alertou o Irã para não voltar a ameaçar os americanos. E fez sua própria ameaça: “Se o Irã quer brigar, esse será o fim oficial do Irã. Não ameace os Estados Unidos de novo”, publicou. Trump se pronunciou horas depois que o comandante-chefe da guarda da revolução islâmica, o major Hossein Salaim, afirmou que o Irã não teme uma guerra, ao contrário dos EUA. “Não buscamos guerra, mas também não a tememos. Esta é a diferença em relação a eles (americanos)”, disse.
Em maio de 2018, Trump retirou os EUA de um acordo multinacional com o Irã, negociado pelo governo Obama, que reduziu as sanções econômicas a Teerã em troca de reduzir seu programa nuclear. Trump considerou o acordo fraco e disse que negociaria um mais forte.
Embora os governos dos dois países digam que não querem a guerra, a relação entre Washington e Teerã tornou-se mais tensa nas últimas semanas, levantando preocupações sobre potencial conflito.
Durante a campanha presidencial de 2016, Trump prometeu ficar de fora dos conflitos internacionais, lembrando que as guerras no Afeganistão e no Iraque eram muito caras.
Mas o temor de um conflito armado aumentou depois que a Casa Branca enviou embarcações militares à região neste mês para combater uma suposta ameaça não especificada do Irã.
A deputada Tulsi Gabbard, uma dos 24 democratas que disputam a Casa Branca, disse, em entrevista, no programa “This Week with George Stephanopoulos”, do canal de TV ABC, que Trump está “nos guiando pelo perigoso caminho rumo a uma guerra com o Irã”.
Em meio ao ambiente de tensão, ontem, o ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih disse que recomendou a diminuição dos estoques de petróleo com o objetivo de abaixar a oferta. Ao entrar para uma reunião com os principais produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o ministro disse que os estoques de petróleo são “abundantes”.
“O mercado está em uma situação delicada”, disse Falih. “Por um lado, há muita preocupação, e nós reconhecemos, em relação a interrupções e sanções. Mas, por outro lado, vemos os estoques aumentando e os suprimentos são abundantes”, disse.
Amanhã o ex-diretor da CIA, John Brennan, um crítico de Trump, pretende reunir-se com deputados democratas falar sobre a situação no Irã.

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