Cresce pressão por novo plebiscito sobre Brexit

Com os crescentes sinais de que o Reino Unido não chegará a um acordo com a União Europeia (UE) sobre a sua saída do bloco, o chamado Brexit, vem crescendo no país a pressão por um novo plebiscito sobre o tema, que poderia reverter a decisão da votação de 2016 em favor do Brexit.
O governo da premiê britânica Theresa May, do Partido Conservador, preparou um plano para o processo de saída que previa que o país continuaria na área de livre comércio da UE, mas que não participaria da grande maioria das demais políticas comuns do bloco europeu. Esse plano foi rejeitado pela UE há duas semanas. O bloco teme que esse acerto estimule a saída de outros países.
Ontem, em convenção do Partido Conservador, a ala mais favorável ao Brexit também rejeitou o plano de May, dizendo que ele não seria aprovado pelo Parlamento britânico. O ex-ministro das Relações Exteriores Boris Johnson, líder dessa ala, disse que o plano é “tresloucado”.
Johnson poderia desafiar May pela liderança do partido. Se ele vencesse, se tornaria premiê, o que praticamente acabaria com qualquer chance de acordo com a UE.
Pelo cronograma acertado entre Reino Unido e UE, a separação deveria ocorrer em março de 2019.
Mas as profundas divisões no país sobre o Brexit vêm trazendo à tona a possibilidade de um segundo plebiscito sobre a saída da UE. Em 2016, 51,89% votaram pela saída, e 48,11%, contra. O comparecimento às urnas foi de 72,21%.
Pesquisas recentes sugerem que os britânicos poderia rejeitar a saída numa nova votação. Sondagem divulgada na sexta- feira apontou 52% a favor de continuar na UE e 48% contra, uma empate técnico no limite da margem de erro.
Há uma semana, o Partido Trabalhista, de oposição, passou a defender um novo plebiscito caso o governo May não chegue logo a um acordo com a UE.
Na sexta-feita, o ex-premiê conservador John Major engrossou o coro, pedindo uma nova votação, baseada “em fatos e não em fantasias”. Sobre a saída do Reino Unido da UE, ele disse achar que “estrategicamente, é uma loucura”, pois o país ficará só e menos influente.
Muitas empresas vem transferindo operações do Reino Unido para países da UE devido ao Brexit. A japonesa Panasonic levou sua sede na Europa para a Holanda.

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