Bancos usam inteligência artificial para agilizar oferta de crédito

Bancos que atuam no Brasil têm avançado no uso de inteligência artificial para aprimorar a atividade de concessão de crédito, o que permite reduzir o tempo de análise de uma operação e elevar o volume de recursos liberados aos clientes.
Robôs são usados para coletar, organizar e avaliar as informações dos clientes com o intuito de determinar as condições de financiamento e empréstimos para pessoas físicas e jurídicas, um movimento que ganhou ainda mais relevância no momento de fraca retomada econômica.
O Bradesco conseguiu elevar em 18% a taxa de aprovação de crédito nos últimos 14 meses, considerando todas as modalidades nas quais trabalha. O motivo foi a melhor classificação das condições de pagamento dos clientes, com base no processamento de mais informações. “A demanda por crédito se manteve estável nesse período, mas mesmo assim conseguimos elevar a aprovação de empréstimos, o que é resultado 100% da tecnologia”, diz Julio Cardoso Paixão, diretor da área de crédito.
No Banco do Brasil, a inteligência artificial está sendo usada para coletar e organizar dados, entender o comportamento do cliente e fazer a melhor abordagem. “Temos algoritmos que usam mais de
2,8 mil variáveis do cliente para saber qual a melhor oferta naquele momento de vida dele”, diz Auro Magnan, gerente- executivo do programa de transformação tecnológica do BB. “Com menos esforço, alcançamos o mesmo objetivo.”
A partir de um volume muito maior de dados, o Santander passou a dividir a base de clientes em grupos relacionados, o que permite ao banco trabalhar com variáveis mais específicas para cada um deles. As taxas de juros oferecidas nas linhas de crédito também passaram a ser associadas ao risco calculado para cada grupo, e não mais para os clientes como um todo. A evolução natural é que as taxas se tornem personalizadas, afirma Alexandre Borin, superintendente-executivo de riscos de pessoas física do Santander.
O Banco Sumitomo começou em 2017 a implementar robôs inteligentes em suas operações de captura e validação de informações dos clientes na sua sede no Japão — a ideia é trazer as mesmas soluções para a operação no Brasil. A estimativa é que, até 2020, a instituição consiga uma economia de 1 milhão de horas de trabalho e de US$ 450 milhões em custos.
Embora a tecnologia avance a concessão de crédito, ela ainda esbarra em alguns problemas burocráticos no país. No caso do financiamento imobiliário, por exemplo, embora a análise dos dados cadastrais seja mais rápida, ainda há entraves quanto à avaliação do imóvel e aos processos cartoriais.

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