O Cinema de Luc Besson

Edmir Kuazaqui

Luc Besson pode não ser considerado como um dos diretores e produtores mais representativos da história do cinema, mas é inegável a sua contribuição para a divulgação do cinema europeu bem como no entretenimento internacional.

Não estamos referindo a filmes como o “Quinto Elemento” ou “Subway”, mas obras como Lucy, Angel-A e mesmo aqueles que revitalizaram a carreira profissional de Liam Neeson.

Vamos nos focar num filme pouco conhecido deste diretor, o Angel-A. Filme escrito e dirigido em 2005 pelo diretor, misturando drama, comédia e até fantasia. Pelo estilo e narrativa, não pode ser enquadrado como um filme comercial, daí talvez pouca gente tenha conhecido o filme. Nem o elenco, formado por Rie Rasmussen, Jamel Debbouze e Gilbert Melki, desconhecidos ao grande público, causam grande atratividade num primeiro instante.

Entretanto, o filme depois de alguns minutos após o seu início, causa uma sensação de curiosidade sobre o que um estrangeiro sem dinheiro em Paris teria a relação com a protagonista, antagônica em corpo e alma. E vamos nos identificando com a trajetória errática deste imigrante e por quais razões atrai a personagem do filme, por histórias paralelas, espelhos e o retrato de que vidas perdidas podem encontrar o seu caminho.

Outros filmes como “O profissional”, alicerçado por uma Natalie Portman em descoberta, provam o crescimento do diretor bem como seu atual “Lucy”, que utiliza fórmulas conhecidas, mas sem a repetição óbvia. Enxuto, sem gorduras, o filme vai explorando o que tem de melhor: a atriz Scarlett Johansson em evidência, a gangue mafiosa chinesa, ficção científica, evolução da vida, super-heroína … Lógico que o diretor tem de tangibilizar de alguma forma o roteiro e este fica por conta da atuação de Morgan Freeman, e sua teoria sobre a capacidade de utilização do cérebro humano, que curiosamente foi utilizado como principal elemento divulgador do filme, aparecendo em entrevistas e similares. E também tem os antagonistas, vividos uma gangue mafiosa liderada por Choi Min-Sik. Eletrizante.

Curioso eu ter iniciado este texto afirmado que o diretor não seja um dos mais representativos da história do cinema, mas ter escrito este texto a “um só fôlego” este texto após assistir Lucy. Já fazia um bom tempo que eu queria escrever alguma coisa sobre o diretor, principalmente depois de ter assistido ao filme “Angel-A.“

Talvez o reconhecimento deste diretor seja, de certa forma idêntica ao de Guilherme del Toro no cinema norte-americano. Sem as comparações artísticas, este último ainda não obteve ainda seu reconhecimento, tal qual algum de seus colegas contemporâneos. Luc Besson talvez tenha o seu devido reconhecimento. Ou talvez devêssemos reconhecer outras qualidades dentro do que denominamos como cinema de fato.

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