Necessidade de gestores e organizações estimularem inovações

Rose Mary Almeida Lopes

Nada mais difícil do que definir inovação. Refere-se a novo, novidade, renovação. Envolve um aspecto subjetivo: pode ser novo para uma pessoa e não para outra; idem para uma empresa e não para outra.

A inovação pode ser gerada ou vista em determinada cidade, região ou país, e ser introduzida como novidade em outros lugares ou países. Afinal, ela se espalha e se dissemina em ondas de adoção e de imitação.

Além deste aspecto subjetivo, pode ser analisada mais objetivamente. Aliás, precisa mesmo ser examinada deste modo, sobretudo quando seus autores querem registrá-la para ter benefícios de proteção e de exploração de suas aplicações.

Uma inovação pode ser um produto, serviço, desenho, processo. Pode envolver o uso de novas matérias primas. Tudo isto é resultante da combinação de conhecimentos novos e antigos, de resultados de testes, e de protótipos. Enfim, da busca de novas combinações que permitam resultados novos.

Quando surge algo radicalmente novo, como foi com a tecnologia do laser, é mais fácil de identificar que se trata de algo diferente de tudo que existia anteriormente. Estas inovações costumam depender de muita pesquisa e investimentos – públicos e privados, normalmente pesados, num prazo longo e com resultados incertos.

Contudo, as inovações radicais são muito raras. Elas rompem com o modo de resolver as necessidades e problemas, oferecendo soluções radicalmente novas. Assentam-se, no geral, em novos conhecimentos e novas tecnologias.

Exemplo do passado: a introdução da impulsão a vapor. Vários mecanismos foram gerados: desde as locomotivas, os navios e máquinas a vapor. Um mundo de oportunidades novas se abriu, com impactos que geraram um novo ciclo econômico.

Mais recentemente, vimos a introdução de computadores, informática e novos meios de comunicação. Vivemos nesta onda econômica em que produtos, bens e serviços que exploram essas novas tecnologias surgem numa sucessão que parece interminável.

Mas, depois de certo tempo e de muitas aplicações, já é difícil graduar a intensidade das inovações geradas a partir dessas novas tecnologias.

E aí, o mais comum é termos inovações incrementais que significam a introdução de pequenas melhorias numa tentativa de diferenciação. Para atrair os consumidores, fazendo-os trocar produtos e serviços anteriores pelos novos. Ou usá-los concomitantemente.

Ora, para que as empresas gerem inovações, mesmo que tenham recursos e equipes dedicados, não é prudente que se fechem. É necessário esforços conjuntos, estabelecer contatos e parcerias para que os resultados possam ser criados com maior velocidade e eficiência no uso dos recursos.

É, pois importante que empresas e gestores tenham uma abertura para a busca de informação e de conhecimento. E que se insiram em redes de compartilhamento. Deste modo, tornam visível para seus colaboradores que a postura desejada é esta.

E, necessitam estimular suas equipes para a busca de informação e mais conhecimento. Gestores e equipes ao estabelecer contatos, trocas, ao abrir-se para visitas, viagens, intercâmbios tem condições de localizar parceiros interessantes e propor esquemas de parcerias.

As organizações precisam dar respaldo para esta abertura. Incluindo-se aí as negociações e a formatação jurídica destes novos arranjos. Entretanto, como envolvem risco, há necessidade de que as negociações e esquemas aceitem certa dose dele. Caso contrário não incentivará o novo.

Afinal, inovação envolve risco. Maior ou menor. Não há como se assegurar completamente. Mas, se os gestores e os negócios não inovarem, com certeza se candidatarão fortemente a perder o jogo. Com consequências ruins para todos os envolvidos.

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