Indústria global perde mais força em julho

A atividade industrial continuou se contraindo em julho nas principais economias da Ásia, da Europa e nos EUA, como resultado das tensões comerciais e do fraco crescimento econômico global.
Nos EUA, o Instituto para Gestão de Oferta (ISM) informou que seu índice de atividade industrial caiu para 51,2 em julho, marcando o quarto mês seguido de desaceleração. Números acima de 50 indicam expansão da atividade. A leitura de julho é a menor desde agosto de 2016.
“As pessoas não estão investindo”, disse Timothy Fiore, do ISM. “Há uma clara incerteza sobre onde colocar o dinheiro. O maior obstáculo para a indústria dos EUA é a ruptura comercial que é artificial e que tem gerado falta de confiança na hora de investir.”
Também as fábricas na Europa sentem o impacto da guerra comercial entre EUA e China. O índice de atividade industrial da zona do euro compilado pela IHS Markit caiu para seu menor nível desde dezembro de 2012, para 46,5 em julho, refletindo a forte queda na demanda por produtos europeus. A atividade na Alemanha, motor do crescimento europeu, caiu para o menor patamar em sete anos.
A produção industrial no Reino Unido também caiu ao menor nível em sete anos em julho, reforçando os sinais de que a economia pode entrar em recessão, diante da queda na demanda da Europa e da China e do risco de um Brexit desordenado.
“O quadro [de indicadores de atividade] para a zona do euro é um mar vermelho, com todas as luzes alertando para a deterioração na saúde do setor manufatureiro da região”, disse Chris Williamson, economista-chefe do IHS Markit. “As crescentes preocupações geopolíticas, incluindo guerra comercial e Brexit, e com o crescimento econômico mais lento, doméstico e internacional, têm limitado a atual demanda e reduzido a confiança na perspectiva.”
Na China, o índice de atividade industrial privado, compilado pela Caixin/IHS Markit, melhorou para 49,9 em julho, mas se manteve em território de contração pelo segundo mês seguido.
Outros indicadores de atividade de economias exportadoras – Japão, Coreia do Sul e Taiwan – também continuaram abaixo de 50.
“Os índices das economias asiáticas, no geral, traçaram um cenário mais fraco do que o da China para o restante da região. A atividade industrial de vários países permaneceram em níveis fracos”, com a Indonésia também entrando em território de contração, disseram Chang Shu e Qian Wan, economistas da Bloomberg.

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