Comércio mundial encolhe no 2o trimestre, após dois anos de alta

O comércio mundial de mercadorias encolheu no segundo trimestre, após oito trimestres seguidos de crescimento. De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Economico (OCDE), as exportações dos países do G-20 (grupo que reúne as maiores economias desenvolvidas e emergentes) diminuíram 0,6% e as importações 0,9%.
Conforme a entidade, essa queda se explica em parte pela forte desvalorização de algumas moedas em relação ao dólar dos EUA, sobretudo o peso argentino (queda de 18%), da libra turca (-15%) e do real brasileiro (-11%).
O Brasil teve a segunda maior contração nas exportações de mercadorias no segundo trimestre, entre as economias do G- 20, e a terceira maior no caso das importações, segundo a OCDE. O desempenho brasileiro foi prejudicado em parte pela greve dos caminhoneiros ocorrida em maio, que afetou a produção interna e atrasou embarques e desembarques de mercadorias.
Entre abril e junho, as exportações caíram, em relação ao trimestre precedente, na Argentina (-19,9%), no Brasil (-9%), no Reino Unido (-6,9%), na China (-2,8%) e na União Europeia (-1,9%). Mas aumentaram na Arábia Saudita (9,7%), na Índia (5,7%), nos EUA (4,4%), no Canadá (4,4%), na Rússia (1,2%) e na Austrália (1,2%).
Pelo lado das importações, a queda atingiu a maioria das economias do G-20, sobretudo Turquia (-9,4%) e Brasil (-6,5%). As importações só aumentaram na Índia (2,9%), no Canadá (1,4%), no México (1,4%), no Japão (1,2%) e na Indonésia (1,2%).
Segundo a OCDE, os efeitos da desvalorização das moedas em relação ao dólar foram parcialmente compensados pela alta do preço do petróleo: a cotação de referência do “Dubai Crude” pulou de US$ 64,0 para US$ 71,6 por barril no segundo trimestre em relação ao trimestre precedente.

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