Uma rede social “anti-Facebook”?  E sem anúncios?

O desafio parece grande demais. Na semana em que o Orkut chega ao fim, outra rede social ganhou destaque apresentando-se ao mercado como uma plataforma “anti-Facebook”, o que significa, de acordo com o manifesto publicado em seu site, a garantia de que a rede social será para sempre livre de anúncios.

O Ello está gerando curiosidade e interesse também por outra característica: só aceita convidados, como mostrou material do Estadão de 30/09, pg B16. Para participar do site é necessário receber um convite de outro usuário ou cadastrar o e-mail na lista de espera e aguardar a liberação de novos convites.

O site BetaBeat diz que o Ello recebe 31 mil novos pedidos de acesso por hora. Diante de tanta demanda, já existe quem esteja vendendo convites para o Ello no eBay. Em uma busca no site de leilões, o Estado encontrou desde convites negociados por US$ 1 até US$ 100.

O Ello foi lançado em março por um grupo de artistas e designers que inicialmente desenvolveu o sistema para uso próprio.

A rede social tem uma interface clean e simples, que lembra uma mistura de Twitter com o Tumblr e recebeu um investimento-anjo de US$ 400 mil do fundo americano FreshTracks Capital para bancar a expansão da infraestrutura para mais usuários.

Essa não é a primeira rede criada para confrontar o Facebook. Path e Diáspora, focadas na privacidade do usuário, tentaram o mesmo, sem conseguir tanta repercussão. No domingo, o Ello sofreu seu primeiro ataque hacker. Ficou fora do ar por 35 minutos.

Para o analista de sistemas Leandro Maciel, o Ello ainda está em uma estágio muito inicial. “Acho que funciona mais para um público que não aguenta mais o Facebook, onde há muita postagem, muita discussão, muita briga. O Ello é um lugar mais tranquilo”, diz. Os criadores do Ello dizem que para manter a rede social sem anúncios, vão adotar o modelo de negócio freemium, no qual o acesso ao site é gratuito, mas recursos extras poderão ser pagos. Para quem trabalha neste mercado, a promessa é vista com ceticismo.

“O Twitter falou por anos que não teria anúncios e acabou se rendendo. No modelo freemium é necessário ter uma base de usuários muito grande, porque apenas uma pequena parcela acaba pagando”, diz Terence Reis, diretor de operações da PontoMobi. “Os investidores vão cobrar resultados e talvez eles se vejam obrigados a inventar algo como um anúncio politicamente correto, para justificar outros tipos de remuneração.”

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