“Tudo sobre todos nós” vale bilhões; o marketing de banco de dados já mudou o consumo.

Imagine as nossas vidas digitais como um minério. Agora, pense em enormes escavadeiras eletrônicas remexendo as montanhas de informações e selecionando os dados. Por exemplo, separando quando alguém ficou gravida ou quem assumiu tal dívida com a fiança de quem. Agora, imagine de novo uma empresa vender, a quem oferecer mais, esse conjunto de informações, fatiadas ou a granel.

O The New York Times preocupou-se com o tema e descobriu a existência da Acxiom Corporation, descrita perlo jornal como um “discreto gigante” de uma indústria multibilionária conhecida como “marketing de banco de dados”. Pouca gente já ouviu falar da Acxiom. Para quem não sabe ela está presente no Brasil também.

Em um mundo digital crescendo sem parar, a empresa reuniu técnicas avançadas para garimpar e tratar dados. Contratou técnicos a peso de ouro do Google, Microsoft, Amazon ou MySpace para desenvolver uma multi-plataforma com objetivo bem claro: prever o comportamento do consumidor.

Analistas ouvidos pelo New York Times apontaram que a Acxiom funde o que sabe do nossos comportamento off-line, online e no celular “criando retratos detalhados”!. Os executivos das empresa deram um nome ao que fazem: “visão de 360 graus dos consumidores”.

O banco de dados da empresa contém informações de 500 milhões de consumidores ativos no mundo todo, com aproximadamente 1.500 categorias de dados por pessoa. A estimativa dos técnicos é que os 23 mil servidores da Acxiom processem cerca de 50 trilhões de transações de dados por ano na sede, na cidade Conway, ao norte de Little Rock, no Arkansas.

Atenção, essa coleta e análise de dados em larga escala, sustentada em informações disponíveis de registros públicos, pesquisas com consumidores e outros meios que são “perfeitamente legais” nos EUA. Os clientes da Acxiom são grandes bancos, todo tipo de grandes conglomerados econômicos, lojas de departamento e todas as companhias importantes que querem conhecer melhor os sues clientes.

Há claro, o problema da privacidade. A Acxiom se define em seus folhetos como “líder global de ideias inovadoras para tratar do problema da privacidade dos consumidores e conquistar a confiança do público”. Os folhetos propõem sistema especial de segurança para que os dados dos clientes sejam codificados. Não foi o que encontrou a reportagem do NY Times. Constatando “descuidos fundamentais” nos formulários usados por consumidores.

A Acxiom opera com um sistema de classificação, o PersonicX, que define os consumidores em uma das 70 categorias socioeconômicas e faz “ofertas” a partir dela. A ferramenta faz classificação e dá uma espécie de “direção” aos hábitos de consumo de cada um. Propõe descontos específicos e faz sugestões de consumo a partir do que identifique coimo perfil daquele consumidor.

Alguns analistas foram muito duros nas críticas: “seu negócio é entregar os anúncios certos para as pessoas certas”. O Estadão traduziu o artigo do The New York Times no endereço:

http://blogs.estadao.com.br/link/sorria-voce-esta-sendo-rastreado/

Comentários estão desabilitados para essa publicação