Salário mínimo virou “coisa de rico”

Uma moda antiga voltou nos países ricos: instaurar salario mínimo para combater desigualdade de renda e também impulsionar o consumo. O governo da Alemanha, o país mais rico da União Europeia, aprovou anteontem projeto determinando salário mínimo no país de 8,50 euros por hora trabalhada, um valor ainda baixo quando comparado com os 10 euros da França e da Inglaterra.

Mesmo nos EUA, país marcado pela flexibilidade no mercado de trabalho, alguns estados e cidades, como Nova York, planejam um piso, com a hora de trabalho alcançando US$ 10. Atualmente, a hora do trabalhador norteamericano vale, em média, US$ 7. Até mesmo na riquíssima Suíça está marcado um referendo, em maio, para estabelecer o piso mínimo de salario.

Há duas visões desta decisão, como mostrou matéria do Valor Econômico de 3/04, pg A 13. Empresários reagem dizendo que o salário obrigatório deve provocar menos postos de trabalho e, indiretamente, mais desemprego. Na Alemanha, 10% das empresas já ameaçaram demitir pela criação do mínimo.

Mas, para o partido Socialista alemão, por exemplo, que fez da introdução do salário mínimo o tema central de sua campanha eleitoral, a decisão favorecerá a demanda e diminuirá forte ajuda do Estado a muitos trabalhadores. Atualmente, 1,3 milhão de assalariados recebem ajuda do Estado porque não recebem o mínimo necessário para viver corretamente. O custo dessa ajuda é de 11 bilhões de euros anuais.

O valor do salário mínimo nos países europeus, em que já é estabelecido por lei, oscila bastante. Na pobre Bulgária é de 159 euros , mas no rico Luexemburgo é de 1,875 euros.

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