Nuvem leva Microsoft a entrar para o ‘clube do US$ 1 trilhão’

O clube das empresas que bateram a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado ganhou nesta quarta-feira, 24, um novo membro: a Microsoft. Ao divulgar seus resultados financeiros para o 1º trimestre de 2019, com faturamento de US$ 30,5 bilhões no período, a empresa viu suas ações baterem 4,5% na bolsa de valores Nasdaq – alta suficiente para atingir tal marca pela primeira vez, mesmo que por alguns minutos. O feito já tinha sido alcançado no ano passado pela Amazon e pela Apple, que podem repetir a dose nos próximos dias – ambas as empresas estão valorizadas acima de US$ 950 bilhões no momento. 
Além de alcançar um novo patamar, a Microsoft também se tornou de novo a empresa mais valiosa do mundo – posto que já ocupou no passado e, também, em dezembro último. Mérito de Satya Nadella, indiano que assumiu o comando da companhia há cinco anos. Vindo da área de computação em nuvem, Nadella encontrou uma empresa que tinha naufragado no mundo dos smartphones e via seu principal produto, o Windows, perder relevância com a desaceleração da venda de PCs no mundo todo. 
De 2014 para cá, Nadella transformou a Microsoft em uma séria competidora do mercado de computação em nuvem, uma das meninas dos olhos do mercado corporativo. 
Nesse movimento, Nadella fez as ações da empresa mais que triplicarem em valor de mercado nos últimos cinco anos – do patamar de US$ 40 para US$ 129, nas negociações após o fim do pregão da Nasdaq. A divisão de Azure foi responsável por praticamente um terço das receitas da empresa no período, com faturamento de US$ 9,65 bilhões. “Estamos acelerando nossa inovação na nuvem, de forma que os clientes da Microsoft possam crescer e ser competitivos no mercado”, disse Nadella, a acionistas.
Hoje, o Azure, serviço da companhia de Redmond, tenta tomar a liderança no setor do Amazon Web Services (AWS), comandado por Jeff Bezos. 
Um capítulo particularmente importante da briga entre Azure e AWS deve se definir nos próximos meses: a disputa por um contrato de US$ 10 bilhões com o Departamento de Defesa do governo americano – além do valor envolvido, a empresa vencedora terá exposição no mercado. Para Daniel Ives, analista da consultoria Wedbush Securities, uma vitória da Microsoft pode ser um “catalisador para a empresa no mercado quando a decisão for anunciada no terceiro trimestre”, disse ele em nota. 
Números. A área de computação em nuvem, porém, não é a única culpada pelo bom desempenho da Microsoft nos últimos tempos. Produtos como o pacote de produtividade Office 365 e a rede social LinkedIn também tem ajudado a empresa – as áreas tiveram crescimento de receita de 30% e 27% ano a ano, na comparação entre o 1º trimestre de 2019 e o do ano passado. 
Ao todo, o lucro líquido da empresa no primeiro trimestre de 2019 – seu terceiro trimestre fiscal, em um ano que vai de julho de 2018 a junho de 2019 – foi de US$ 8,81 bilhões. No ano passado, esse índice tinha sido de US$ 7,42 bilhões, em alta de 18%.

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