Nunca os americanos produziram tanto petróleo

A produção de petróleo nos EUA cresceu 1,2 milhão de barris por dia em 2014, a maior alta em mais de cem anos, atingindo a média diária de 8,7 milhões de b/d. O forte crescimento da oferta americana é um dos principais fatores que explicam o mergulho dos preços do petróleo, que caíram cerca de 50% desde meados do ano passado. Em termos relativos, houve alta de 16,2% na produção no país, a maior desde 1940, segundo dados da Agência de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês). Há dados disponíveis desde 1900.

A maior parte do aumento ocorreu nos campos de Dakota do Norte, Texas e Novo México, Estados onde a produção cresceu muito devido à extração do petróleo de xisto. Isso se tornou possível devido ao avanço das técnicas da fratura hidráulica e da perfuração horizontal ocorrido nos últimos anos.

Mas… com o forte tombo nos preços do petróleo, muitas empresas americanas já reduziram significativamente o número de plataformas de perfuração em operação e fizeram cortes drásticos em novos investimentos. Os volumes produzidos, contudo, ainda continuam a aumentar. Em fevereiro deste ano, a produção média ficou em 9,4 milhões de barris por dia, segundo estimativas preliminares da EIA.

Com a chamada revolução do xisto, o panorama da produção de petróleo nos EUA mudou drasticamente. Ela aumentou continuamente desde 2009, depois de um período em que, entre 1985 e 2008, havia caído em todos os anos, com exceção de 1991. O volume médio produzido em 2014, de 8,7 milhões por dia, é o maior registrado desde 1985.

A queda dos preços do petróleo se acentuou a partir de novembro do ano passado, quando a Arábia Saudita deixou claro que não reduziria a sua produção mesmo num cenário de recuo das cotações, focando na manutenção de sua fatia de mercado. A jogada saudita pegou muitos produtores no contrapé, entre eles muitas companhias da indústria de petróleo de xisto nos EUA. Mas essas empresas têm ajustado rapidamente a sua estratégia, reduzindo investimentos e cortando custos.

Os pesquisadores acreditam, porém, que a maioria das companhias conseguirá passar pelas dificuldades, especialmente se os preços voltarem a subir um pouco, como espera a maior parte dos analistas. A EIA, por exemplo, estima que os preços do barril do West Texas Intermediate (WTI) ficarão em US$ 52 na média de 2015 e em US$ 70 na de 2016 – hoje o WTI está um pouco abaixo de US$ 49.

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